A questão da soberania e segurança alimentar no Paraguai é um paradoxo. O país é o sexto maior produtor de soja a nível mundial, com uma produção de 8.004.858 toneladas na safra de 2014/2015 e exportação de 4.856.121 toneladas, ou seja, mais de 50% do total de soja produzida no país é utilizada no exterior (CAPECO, 2016). Porém, ao mesmo tempo, apenas 352.900 hectares foram destinados à produção de alimentos para a população paraguaia, o correspondente a 6% da superfície total do país. Além da baixa produção de alimentos, o Paraguai sofre com um aumento contínuo da taxa de pobreza, com 1.534.000 habitantes vivendo na linha de pobreza em 2015. Diante deste cenário, emerge o papel do Estado paraguaio, que atua timidamente na promoção da segurança alimentar, uma vez que a maioria de suas políticas públicas não possui como alvo a garantia do acesso ao alimento e aquelas que são essenciais não saíram do plano institucional. Neste contexto, movimentos sociais possuem um papel de extrema importância.