scholarly journals Qualidade de vida em indivíduos iniciando a terapia antirretroviral: um estudo de coorte

2020 ◽  
Vol 54 ◽  
pp. 146
Author(s):  
Gabriela Sales Pimentel ◽  
Maria das Graças Braga Ceccato ◽  
Juliana de Oliveira Costa ◽  
Jullye Campos Mendes ◽  
Palmira de Fátima Bonolo ◽  
...  

OBJETIVO: Avaliar longitudinalmente a alteração da qualidade de vida em pessoas que vivem com HIV iniciando a terapia antirretroviral, atendidas em três serviços públicos de referência na assistência especializada ao HIV em Belo Horizonte. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo, com o acompanhamento de pessoas que vivem com HIV, com 18 anos de idade ou mais, e iniciando terapia antirretroviral. Dados sociodemográficos, comportamentais, clínicos, relacionados ao tratamento farmacológico e ao serviço foram obtidos por entrevistas, complementados com informações dos prontuários clínicos e dos sistemas de informação do Programa Brasileiro de HIV/AIDS. A qualidade de vida foi avaliada utilizando o instrumento WHOQOLHIV-bref, por meio de entrevista face a face, com intervalo mínimo de seis meses entre as entrevistas. A alteração média na qualidade de vida entre as duas entrevistas foi avaliada utilizando o teste t pareado. Os fatores associados foram avaliados por meio de regressão linear múltipla. RESULTADOS: A qualidade de vida global, assim como a qualidade de vida nos domínios físico, psicológico, nível de independência, ambiente e espiritual foram estatisticamente melhores em pessoas que vivem com HIV usando terapia antirretroviral no final do tempo de acompanhamento. Fatores independentemente associados ao incremento na qualidade de vida foram possuir crença religiosa e morar com outras pessoas. Enquanto ter sinais ou sintomas de ansiedade e depressão e o número de reações adversas a medicamentos reportadas foram preditores associados à piora da qualidade de vida. CONCLUSÕES: Os resultados evidenciam melhora na qualidade de vida em pessoas vivendo com HIV iniciando a terapia antirretroviral ao longo do tempo. Evidenciam ainda a necessidade de se acompanhar e prover cuidados de saúde, em especial para indivíduos com sinais e sintomas de ansiedade e depressão e que relatam reações adversas a medicamentos no início do tratamento.

2020 ◽  
Vol 23 ◽  
Author(s):  
Romara Elizeu Amaro Perdigão ◽  
Palmira de Fátima Bonolo ◽  
Micheline Rosa Silveira ◽  
Dirce Inês da Silva ◽  
Maria das Graças Braga Ceccato

RESUMO: Introdução: A vinculação é um passo fundamental para o cuidado contínuo da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV/aids), sendo essencial para proporcionar o acesso à terapia antirretroviral, bem como ao cuidado integral. Metodologia: Estudo transversal, com pessoas vivendo com HIV (PVHIV), idade ≥ 18 anos, vinculadas entre janeiro e dezembro de 2015, em um serviço de referência para assistência ambulatorial e hospitalar especializada em HIV/aids em Belo Horizonte (MG). O tempo de vinculação foi definido como o tempo do diagnóstico até a vinculação ao serviço. Considerou-se vinculação oportuna quando esse tempo foi menor ou igual a 90 dias. Os dados foram coletados por meio de prontuários clínicos. Realizou-se análise de regressão logística com intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Entre os 208 pacientes, a maioria era do sexo masculino (77,8%) com idade média de 39 anos. Cerca de 45% apresentaram condições definidoras de aids na vinculação. O tempo de vinculação apresentou média de 138 ± 397 dias, e a vinculação oportuna ocorreu para 76,9% dos pacientes. As variáveis associadas com a vinculação oportuna foram: ter idade ≥ 48 anos (odds ratio - OR = 8,50; IC95% 1,53 - 47,28), estar trabalhando (OR = 3,69; IC95% 1,33 - 10,25) no momento da vinculação e apresentar contagem de linfócitos T CD4 (LT CD4+) ≤ 200 células/mm3 no momento do diagnóstico de HIV (OR = 4,84; IC95% 1,54 - 15,18). Observou-se proporção importante de vinculação oportuna entre as PVHA, porém com diagnóstico tardio. Conclusão: Intervenções devem ser direcionadas para pessoas mais jovens e com maior contagem de LT CD4+, visando uma melhor prestação de cuidados contínuos em HIV.


2016 ◽  
Vol 21 (11) ◽  
pp. 3331-3338 ◽  
Author(s):  
Marília Borborema Rodrigues Cerqueira ◽  
Roberto Nascimento Rodrigues
Keyword(s):  
De Se ◽  

Resumo Este artigo tem como objetivo definir alguns fatores associados à vulnerabilidade dos idosos ao HIV/AIDS, na perspectiva daqueles que vivem com o vírus. Foram entrevistados 20 idosos, 12 mulheres e 8 homens (todos com idade igual ou superior a 60 anos), atendidos em hospital público de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Os idosos entrevistados apresentam baixa escolaridade, baixa renda, estão ou estiveram unidos, têm percepções e comportamentos fundados em relações de gênero estruturadas com assimetria de poder e baixa capacidade de resposta à vulnerabilidade. A maioria dos idosos entrevistados tem vida sexual ativa, mas poucos deles declaram que se protegem. A falta de informações perpassa todos os níveis de vulnerabilidade estudados. O cenário é preocupante, ressaltando a necessidade de se desmitificar a invisibilidade sexual dos idosos, garantindo-lhes uma vida sexual saudável e contínua, o que lhes é de direito.


2021 ◽  
Author(s):  
Cássio Moura De Sousa ◽  
Kátia Helena Marinho De Andrade

Introdução: A Acquired Immunodeficiency Syndrome - AIDS é uma doença que afeta o sistema imunológico humano, sendo proveniente da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana - HIV. O indivíduo infectado pelo HIV, é denominado soropositivo, sendo que os estágios iniciais da infecção em geral são assintomáticos. O farmacêutico apresenta conhecimento técnico e prático, sendo então capacitado para atuar diante dos casos onde é necessária a intervenção farmacológica no paciente, para que o mesmo passe a aceitar a terapia antirretroviral (TARV). Objetivos: Identificar os desafios que levam a não adesão a TARV e caracterizar a atenção farmacêutica em relação a adesão da terapia antirretroviral. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, onde foram obtidos estudos na base de dados Scielo. Dez (10) estudos foram inclusos para alcançar os objetivos do tema proposto, sendo trabalhos publicados entre 2015 à 2019. Resultados: Os resultados obtidos indicam que a não adesão ao tratamento envolvem os efeitos colaterais dos medicamentos, número de doses, mudanças no esquema terapêutico, bem como, características sócio demográficas, a não utilização dos serviços de saúde de forma correta, condições psicossociais. O farmacêutico deve prestar orientações em torno da importância de se realizar o tratamento medicamentoso, prestando a atenção farmacêutica, o profissional tem o dever de estar junto ao paciente, orientando e o aconselhando diante de um diagnóstico de HIV e do início do tratamento, pois, são diversas as dúvidas e incertezas que começam a surgir, portanto, tal profissional pode fazer toda a diferença na forma com que o paciente passa a lidar com as novas mudanças. Conclusão: Em relação aos motivos que levam a não adesão a TARV, pode-se evidenciar aspectos relacionados com os medicamentos e também sociais. O farmacêutico deve atuar orientando os pacientes, ao mesmo tempo em que contribui com o acompanhamento farmacoterapêutico do indivíduo, recomendando as mudanças que se fizerem necessárias.


2010 ◽  
Vol 19 (suppl 2) ◽  
pp. 21-35 ◽  
Author(s):  
Paula Miranda-Ribeiro ◽  
Andréa Branco Simão ◽  
André Junqueira Caetano ◽  
Marisa Alves Lacerda ◽  
Maria Eponina de Abreu e Torres

OBJETIVO: Delinear e comparar os perfis das mulheres brancas e negras entre 18 e 59 anos, residentes em Belo Horizonte e Recife, enfocando características sociodemográficas e de conhecimento, além de atitudes em relação ao HIV/aids. MÉTODOS: Os dados são oriundos da pesquisa amostral SRSR - Saúde Reprodutiva, Sexualidade e Raça/Cor, conduzida pelo Cedeplar/UFMG em 2002 e única desta natureza com representatividade municipal. O método utilizado foi o Grade of Membership (GoM), a partir do qual foram gerados quatro perfis extremos para cada município. RESULTADOS: Tanto em Belo Horizonte quanto em Recife, as mulheres com maior probabilidade de serem brancas são também aquelas com maior probabilidade de ter escolaridade mais elevada, possuir plano de saúde, ter tido parceiro estável no ano anterior à pesquisa e ter poder na relação sexual. Quanto às negras, apenas em Belo Horizonte elas têm maior probabilidade de serem de baixa escolaridade, não possuírem plano de saúde, além de se sentirem desempoderadas diante do parceiro sexual. CONCLUSÕES: A comparação dos perfis de brancas e negras em Belo Horizonte e Recife revela diferenças na vulnerabilidade dessas mulheres ao HIV/aids. As diferenças entre os dois grupos são mais evidentes em Belo Horizonte.


2010 ◽  
Vol 20 (3) ◽  
pp. 931-951
Author(s):  
Claudia Carneiro da Cunha

O artigo aborda os significados do tratamento para o HIV/Aids. O referencial metodológico é a pesquisa qualitativa, e o campo de estudo, o serviço de um hospital de referência da Baixada Fluminense. O grupo estudado era composto por dez mulheres vivendo com HIV/ Aids, em terapia antirretroviral (ARV). Os significados do tratamento estão relacionados: 1) ao impacto do diagnóstico; 2) ao momento do tratamento considerando as diferentes fases de convívio com a doença; 3) ao espaço (público e privado) onde se vivem preferencialmente a doença e o tratamento; 4) ao fato de se compartilhar ou não a doença e o tratamento com o parceiro; 5) à busca de outras racionalidades (religião e remédios alternativos) como contraponto às prescrições médicas; 6) ao estabelecimento ou não de um vínculo afetivo com o médico. Há uma inter-relação estreita entre cuidar-se e cuidar dos filhos, tributária do tratamento ARV. O autocuidado é, antes de tudo, afirmação da vida, o que dá a medida da saúde. Não "ceder ao lugar de doente" significa não se entregar à depressão. A doença materializa-se no corpo com o uso da medicação, mas é possível, apesar das dificuldades, conciliar a rotina com o tratamento ARV. Destaca-se a importância fundamental da variável tempo para a criação de estratégias que possibilitem a inserção da doença e do tratamento no cotidiano.


2020 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 27-35
Author(s):  
Carlos Thommen Corrêa Jankovitz ◽  
Juliana Dos Santos Costa ◽  
Lilian Koifman ◽  
Tânia Ventura

A adesão à terapia antirretroviral (TARV) tem sido um desafio constante à rede de cuidado dos pacientes HIV+. Sabe-se que a posologia inadequada da medicação acarreta não só prejuízos ao indivíduo, como também ao sistema público de saúde. Visto isso, o estudo buscou avaliar a adesão à TARV dos usuários atendidos no serviço especializado de um hospital universitário, analisando os fatores psicossociais que influenciam nesse processo. Foram coletados dados sociodemográficos de 59 pacientes, além dos índices laboratoriais de carga viral e contagem de células TCD4+, entre os anos de 2014 e 2015. Para avaliar correlação estatística entre as variáveis do estudo e a adesão, usaram-se os testes de Mann Whitney, Qui-Quadrado de Person e Odds Ratio. Observou-se que 50,85% dos entrevistados não aderiam à terapia, sendo as dificuldades com a TARV e a mudança de rotina pela medicação, fatores associados à não-adesão (p0,05). Nesse contexto, torna-se evidente a importância de se conhecer os pontos de instabilidade dos serviços de HIV/AIDS, visando, assim, aprimorar as condições da assistência ofertadas por estes.


2013 ◽  
Vol 18 (4) ◽  
pp. 543-550 ◽  
Author(s):  
Bruno Medeiros ◽  
Josevânia da Silva ◽  
Ana Alayde Werba Saldanha

O advento da terapia antirretroviral trouxe a necessidade de se compreender os determinantes psicossociais envolvidos na avaliação de qualidade de vida em pessoas que vivem com HIV/AIDS. O objetivo desse estudo é investigar os determinantes psicossociais e clínicos envolvidos na avaliação de qualidade de vida nesse grupo social. Esta pesquisa envolveu 90 pessoas vivendo com HIV/AIDS (média de idade de 33,7 anos, DP = 6,6). Um questionário sócio-demográfico e clínico e o WHOQOL-BREF constituíram os principais métodos. Análises descritivas, comparações entre médias de grupos-critério e análise de regressão foram utilizadas. Os resultados demonstram melhor qualidade de vida entre os que estavam satisfeitos com os serviços de saúde do hospital, bem como os principais determinantes para a avaliação de qualidade de vida são a dimensão psicológica, contagens de células CD4 e a dimensão ambiental. Essa pesquisa sugere a elaboração de políticas públicas de saúde em HIV/AIDS que englobem os fatores psicossociais.


2020 ◽  
Vol 54 ◽  
pp. 108
Author(s):  
Luciane de Souza Leal Teixeira ◽  
Maria das Graças Braga Ceccato ◽  
Wânia da Silva Carvalho ◽  
Juliana de Oliveira Costa ◽  
Palmira de Fátima Bonolo ◽  
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OBJETIVO: Estimar a prevalência do tabagismo e avaliar os fatores a ele associados em pessoas vivendo com HIV (PVHIV). MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal de uma coorte prospectiva concorrente com 462 indivíduos em início de terapia antirretroviral atendidos em três serviços de assistência especializada ao HIV/aids em Belo Horizonte entre 2015 e 2017. Os status de tabagismo utilizados foram: fumante atual (FA), ex-fumante (EF) e não fumante (NF). Realizou-se regressão logística multinomial, sendo NF a categoria de referência. RESULTADOS: A maioria dos participantes eram homens (81,4%), jovens (de até 34 anos; 57,2%) e não brancos (75,7%). Do total de indivíduos, 27,7% eram FA, 22,9% EF, e 49,4% NF. A maioria dos tabagistas eram fumantes leves (65,1%), consumiam até 10 cigarros por dia e fumavam havia mais de 10 anos (63,3%), tendo começado em média aos 17,2 anos de idade (DP = 5,1). Na análise multivariada, maiores chances de ser FA se associaram a: ser do sexo feminino, ter até 9 anos de escolaridade, usar ou já ter usado álcool e drogas ilícitas (maconha, cocaína e crack) e apresentar sinais e/ou sintomas de ansiedade ou depressão. Maiores chances de ser EF se associaram a ter até 9 anos de escolaridade e usar ou já ter usado álcool e drogas e ilícitas (maconha e crack). CONCLUSÕES: Os resultados mostram que o tabagismo é altamente prevalente entre PVHIV, indicando a necessidade de os serviços de assistência especializada em HIV priorizarem intervenções a fim de cessá-lo, com abordagem sobre o uso de álcool e drogas ilícitas, especialmente voltadas para pessoas jovens, com baixa escolaridade e com sinais e/ou sintomas de ansiedade ou depressão.


2011 ◽  
Vol 64 (6) ◽  
pp. 1028-1037 ◽  
Author(s):  
Walquíria Jesusmara dos Santos ◽  
Eliane Freitas Drumond ◽  
Adriana da Silva Gomes ◽  
Cristal Marinho Corrêa ◽  
Maria Imaculada de Fátima Freitas

O objetivo desse estudo foi conhecer dificuldades e aspectos que facilitam a adesão à terapia antirretroviral (TARV) por pessoas com HIV/AIDS. Estudo qualitativo, desenvolvido junto a 26 sujeitos em uso de TARV, acompanhados por serviço de referência em Belo Horizonte, Minas Gerais. A análise das entrevistas, no que se refere às dificuldades encontradas, resultou em categorias relativas ao cotidiano de vida, às representações sobre o HIV e à complexidade do tratamento. Quanto aos aspectos facilitadores, as categorias encontradas foram a ausência de efeitos colaterais, lembrança dos sintomas da doença, aumento da sobrevida e influência da rede social. Os resultados mostram a importância de acompanhamento efetivo dos profissionais dos serviços para construírem, junto com os sujeitos, estratégias que melhorem a adesão à TARV.


2019 ◽  
pp. e1077
Author(s):  
Isabel Oliveira Aires ◽  
Nayra do Socorro Caldas Carvalho de Almeida Teixeira ◽  
Iara Katrynne Fonseca Oliveira ◽  
Renata Rios Torres Rodrigues ◽  
Robson Eduardo da Silva Araújo ◽  
...  

Objetivo: Descrever, em formato de série de casos, aspectos clínicos e nutricionais de pessoas que vivem com HIV/AIDS(PVHA) atendidas em ambulatório de hospital de referência do Nordeste. Detalhamento dos casos: Os dados clínicos foram obtidos em prontuários médicos; o estado nutricional avaliado pelo índice de massa corporal, circunferência da cintura e circunferência do pescoço; e o consumo alimentar pela análise do recordatório de 24h. Foram descritos 8 casos de PVHA de ambos os sexos, maiores de 20 anos, em uso de terapia antirretroviral(TARV). Os pacientes estavam há pelo menos 1 mês em uso de TARV. Predominou-se o uso de Lamivudina e Tenofovir, ambos inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa, e o Dolutegravir, inibidor de protease, e seu uso está associado ao surgimento de sintomas gastrintestinais, como náuseas, vômitos e constipação. O estado nutricional mostrou que, decorrente do avanço da TARV, os casos de desnutrição em PVHA declinou, dando lugar à eutrofia e excesso de peso. Considerações finais: Os relatos reforçam a importância do monitoramento não apenas dos aspectos clínicos, mas também dos aspectos nutricionais, aspirando alcançar a assistência integral e individualizada para as PVHA, bem como indicam a pertinência de se realizar estudos mais abrangentes acerca dos aspectos nutricionais em PVHA.


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