scholarly journals A lesbianidade como arte da produção de si e suas interfaces no currículo

2018 ◽  
Vol 23 (0) ◽  
Author(s):  
PATRÍCIA DANIELA MACIEL ◽  
MARIA MANUELA ALVES GARCIA

RESUMO Com base em relatos autobiográficos de um grupo de sete mulheres professoras da educação básica que em algum momento assumiram-se lésbicas, discute-se, valendo-se de discursos de gênero, como elas produzem a docência e o currículo. Como referências, utiliza-se a noção de experiência de Walter Benjamin, Giorgio Agamben e Jorge Larrosa, que inspirou a coleta e a análise das narrativas. Aliam-se a esses estudos as contribuições de Michel Foucault acerca da sexualidade e do cuidado de si e a crítica de Judith Butler ao sistema corpo/sexo/gênero. Conclui-se que as experiências das professoras como lésbicas nas escolas produzem uma pedagogia que atua não apenas como questionamento dos padrões heteronormativos, mas como uma produção de conhecimento próprio pela qual elas reinventam suas identidades como professoras.

2017 ◽  
Vol 15 (20) ◽  
pp. 306
Author(s):  
Luciano Nuzzo

Por meio da discussão das ideias de Carl Schmitt e Walter Benjamin, Michel Foucault e Giorgio Agamben, este artigo visa a analisar o funcionamento de um dispositivo de governo que usa a exceção como norma. Esse dispositivo é definido como “excepcionalismo soberano” e introduz novas formas de controle, que resultam de uma combinação inédita entre excepcionalismo e governamentalidade, em que o Direito e as instituições democráticas continuam a existir, mas são sempre mais esvaziadas, revogadas por meio de práxis governamentais. O excepcionalismo soberano, em última instância, coloca-nos frente aos paradoxos do Direito e desconstrói radicalmente a geometria política moderna e a razão que constituiu seu pressuposto.


2018 ◽  
Vol 18 (32) ◽  
pp. 109
Author(s):  
Cecília Sánchez

Este artículo se propone desarrollar algunos aspectos de las rutas y desvíos experimentados por Michel Foucault acerca de lo que entiende por políticas de la verdad en el marco de una crítica a la racionalidad moderna. Este recorrido es necesario para juzgar los motivos que lo llevan a desarrollar su enfoque de la “biopolítica” y su repercusión en la concepción política del cuerpo contemporáneo. Con relación a las controversias y apoyos que suscita esta perspectiva, señalaremos la implicancia de la biopolítica en el pensamiento de autores como Giorgio Agamben, Judith Butler y también en el pensamiento latinoamericano más reciente, me refiero al uso de la biopolítica y de otras categorías foucaultianas en el pensamiento de Santiago Castro-Gómez. Al finalizar, se examinan las nuevas posiciones que ocupa el intelectual cuyo pensamiento arranca de las políticas de la verdad y ya no desde la verdad. En especial, se consideran las críticas de Foucault a Sartre y Habermas, así como las críticas de Dussel y Bhabha al eurocentrismo de Foucault.


Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 240-267
Author(s):  
Guilherme F. W. Radomsky

Resumo Recorrendo a uma variedade de escritos sobre experiência, linguagem, narração e processos de subjetivação, especialmente de Walter Benjamin, Michel Foucault e Giorgio Agamben, argumento neste artigo que, entre agricultores ecológicos do oeste de Santa Catarina, Brasil, o passado é constantemente acionado nas narrativas dos atores e o ato de visualizar um futuro desejado acontece por meio das experiências vividas, particularmente por momentos de introspecção e colaboração. Fundamentado em pesquisa de campo de caráter etnográfico, analiso como a relação passado-futuro na agroecologia problematiza os modelos de desenvolvimento rural, integrando e entrelaçando as experiências pessoais compartilhadas com narrativas e práticas, pois envolve memórias de sofrimento, exploração, desejos não realizados e, simultaneamente, trabalho em grupo com construção coletiva de ideais. Esse contexto empírico é particularmente propício para a reflexão sobre desenvolvimento, uma vez que este é entendido como um processo no qual aparecem tanto a superação das formas de exploração como a autoconstrução subjetiva e colaborativa.


2012 ◽  
Vol 24 (35) ◽  
pp. 583
Author(s):  
Glauco Barsalini Glauco Barsalini

No programa Homo Sacer, Giorgio Agamben estabelece denso diálogo com importantes autores como Walter Benjamin, Carl Schmitt, Hannah Arendt e Michel Foucault, formulando um moderno conceito de vida nua. O problema da vida nua (homo sacer), todavia, estende-se para outros trabalhos de Agamben, como A linguagem e a morte e O tempo que resta: um comentário à carta aos romanos, nos quais se apresentam outros termos, como profanação e o tempo-que-resta. No cotejo entre essas obras, este artigo se propõe a articular os conceitos de vida nua (homo sacer) e de profanação, na sua relação com o problema do tempo (o tempo-que-resta),desenvolvidos por Giorgio Agamben. Nesse sentido, aflora discussão sobre o messiânico,por nós, aqui, associado com a figura do homo sacer.


2011 ◽  
Vol 4 (1) ◽  
pp. 93-106
Author(s):  
Gustavo Racy

Segundo Michel Foucault, o sexo é um grande produtor de verdade e falsidade. No Oriente, essa verdade se dá no sexo por meio de arte. No Ocidente, ele vem sendo usado como uma ciência, oposta, pela confissão católica, aos segredos e iniciações da arte erótica oriental. No entanto, há possibilidade de se instaurar essa ciência como um discurso poderoso de busca pela verdade. No caso do sexo, de busca pela verdade do prazer. Giorgio Agamben dá seguimento a essa possibilidade, aliando a Foucault o pensamento de Walter Benjamin, traçando a tarefa política das gerações vindouras como a tarefa de profanar o improfanável, de restituir à vida humana aquilo que nos foi destituído: a possibilidade de busca pelas verdades veladas pelos discursos repressores produtores de verdades e mentiras.


2013 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 175-189 ◽  
Author(s):  
Raphael Guazzelli Valerio

Pretendemos dar uma breve contribuição para a compreensão do conceito de biopolítica na obra do filósofo italiano Giorgio Agamben, mais precisamente em seu trabalho de 1995, inaugurador da série Homo Sacer, cujo título leva o mesmo nome: Homo Sacer: O Poder Soberano e a Vida Nua. Valendo-se do pensamento de Michel Foucault e Hannah Arendt de um lado, e Walter Benjamin e Carl Schmitt de outro, Agamben faz recuar o conceito de biopolítica às fundações da política ocidental. Importa, para o filósofo, mostrar como estrutura, lógica e topologia de funcionamento a biopolítica anima as relações políticas desde seu fundamento e que a modernidade foi capaz de revelar, transformando radicalmente os espaços políticos contemporâneos.


Author(s):  
Nadine Hartmann

Throughout his oeuvre, Giorgio Agamben makes numerous references to Georges Bataille. Already in the 1977 Stanzas, Bataille’s general economy is afforded one of the scholia of the chapter ‘The Appropriation of Unreality’ and scolded for its alleged simplification of Marcel Mauss’s account of the gift. A brief discussion of the letters that Bataille and Alexandre Kojève exchanged in 1937 is contained in Agamben’s 1982 Language and Death and picked up again in 2002’s The Open: Man and Animal. The only text that exclusively deals with Bataille, however, is Agamben’s 1987 essay ‘Bataille e il paradosso della sovranità’. By the time Agamben begins the Homo Sacer project (1995), and in particular in Means Without End (1996), Bataille has been banished into unambiguously dismissive footnotes or ‘thresholds’ in which Agamben distances himself from Bataille’s definitions of the sacred, sacrifice and sovereignty. Thus, unlike Carl Schmitt, Martin Heidegger, Walter Benjamin or Michel Foucault, Bataille not only cannot be considered one of Agamben’s main informants, but receives all but marginal attention from him – and this despite the fact that Bataille is generally held to be one of the crucial thinkers of the sacred and of sovereignty.


2018 ◽  
Vol 63 (2) ◽  
pp. 217
Author(s):  
Lorenzo Bernini

O que é o “humano” no humano? O que faz um ser vivente ser humano? Em caso de dúvida, quem decide se um ser vivente é um ser humano? Uma cultura política liberal baseada no valor dos direitos humanos não pode evitar essas questões. Assim, este artigo usará diferentes quadros interpretativos (Thomas Hobbes, Michel Foucault, Leo Bersani, Giorgio Agamben, Judith Butler, Lee Edelman, Jasbir Puar) para dar conta da permanência de uma decisão soberana sobre o humano no governo biopolítico do presente. Exemplo disso é condição de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais vindos do continente africano para requerer asilo na Europa. Perseguidos em seus países por sua orientação sexual ou identidade de gênero, em muitos casos atravessam o Mediterrâneo em barcos precários até a terra firme – reviravolta do destino – nas mesmas ilhas em que o fascismo italiano costumava confinar homens homossexuais. Lá, são “recebidos” em campos para imigrantes ilegais onde sua completa humanidade, negada por seus países de origem, será examinada por uma comissão. Apenas se reconhecidos como membros autênticos de uma minoria sexual eles se beneficiarão da totalidade dos direitos humanos no continente europeu. Caso contrário, correm o risco de serem forçados a sair da Europa – e da humanidade. Longe de ser uma viagem de esperança, com origem na barbaridade para chegar-se à modernidade, a jornada, iniciada na África e para a Europa, torna-se um arcaico tormento.


2019 ◽  
Vol 1 (11) ◽  
pp. 01-04
Author(s):  
Elias Ferreira Veras ◽  
Kleber Simões ◽  
Durval Muniz de Albuquerque Junior

Inspirado por Judith Butler, Michel Foucault, Giorgio Agamben, Paul B. Preciado, Angela Davis, Jasbir Puar, Achille Mbembe, Lélia Gonzalez, dentre outrxs, o presente dossiê problematiza como se articularam/articulam sexualidade, gênero e política nos contextos históricos (brasileiro e internacional) marcados pelos regimes de exceção. Corpos-vivos; corpos-mortos; Corpos alijadxs; corpos aliadxs; Corpos em luto; Corpos em luta


2020 ◽  
pp. 213-240
Author(s):  
Ana Paula Penchaszadeh ◽  
Senda Sferco

En este artículo ofrecemos un análisis filosófico político de un caso “ejemplar” de criminalización de la solidaridad hacia migrantes y refugiados en la actualidad: el caso de Carola Rackete, capitana del Sea Watch 3, que en 2019 protagonizó un salvataje enel Mediterráneo. Con base en desarrollos teórico-conceptuales de autores centrales de la filosofía contemporánea como Michel Foucault, Giorgio Agamben, Judith Butler, Étienne Balibar y Jacques Derrida, buscamos abordar las contradicciones ético-políticas que conllevan hoy las prácticas de solidaridad hacia personas en situación de movilidad internacional. El manuscrito se encuentra divido en cuatro secciones: en la primera, analizamos el nivel jurídico del caso; en la segunda, abordamos la lucha jurídico-política en torno a la definición de “lugar seguro” y el problema del “tráfico de fronteras”; en la tercera, indagamos la cuestión de la personalización de las acciones solidarias como estrategia de despolitización del campo humanitario; y, en la cuarta, insistimos en la necesidad de reposicionar el alcance político del derecho humanitario hoy.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document