A Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) comemora, neste ano, 75 anos que realiza a Semana Brasileira de Enfermagem (SBEn), evento que propicia a socialização do conhecimento e a discussão da prática profissional da categoria. Acredita-se terem sido os debates e as reflexões acerca de questões emergentes na profissão uma das razões para a realização em 1940, da 1ª Semana de Enfermagem por enfermeiras da Escola de Enfermagem Anna Nery. Até 1958, esse evento denominou-se Semana da Enfermeira, sendo o primeiro, dessa natureza, que se tem registro na categoria. Em 1960 o Presidente Juscelino Kubitschek oficializou a semana por meio do Decreto Federal nº 48.202, estabelecendo o período de 12 a 20 de maio para a Semana da Enfermagem. No entanto, o dia 12 de maio já tinha sido reconhecido como Dia do Enfermeiro, pelo Decreto Federal n.º 2.956, assinado pelo então Presidente Getúlio Vargas em 10 de agosto de 1938 (1). A partir da década de 1960, anualmente, a SBEn vem discutindo, em todo o território nacional, questões que preocupam a categoria, por meio de atividades científicas e culturais e neste ano de 2014 adotou como eixo temático “Protagonismo da enfermagem no processo de cuidar”. Ressalta-se que nestas quase oito décadas a enfermagem brasileira avançou muito, considerando-se ter ocorrido no ano de 1963, a apresentação da primeira tese de enfermagem na América Latina, defendida pela professora Glete de Alcântara da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo(2), constata-se que em 2012 o Centro de Estudos e Pesquisa em Enfermagem (CEPEn) já catalogou 806 estudos, divididos em 610 dissertações de mestrado e 196 teses de doutorado apresentadas em 43 universidades brasileiras(3). Merece destaque ainda a luta constante dos profissionais de enfermagem por uma prática interdisciplinar e transformadora em saúde, na qual buscam relacionar-se com os demais profissionais que compõem a equipe de saúde e representam a voz que comunica e traduz informações entre todas as categorias profissionais e entre estas e os pacientes(4) . Entretanto, para que a enfermagem mantenha esse ritmo de crescimento e essa proposta de ação faz-se necessário uma formação sólida dos seus profissionais. Por esta razão a ABEn tem liderado uma luta em favor da qualidade da formação, destacando-se a construção do “Movimento em defesa da qualidade da formação dos profissionais de enfermagem”, iniciado em 2010 (5). Nesse sentido, recomenda-se que o currículo dos cursos de graduação em enfermagem incentive a prática baseada em evidências, estimule a busca de informação científica atualizada, reconheça esse papel no cuidado seguro e competente para que seus profissionais utilizem adequadamente essas evidências, valorizando o conhecimento científico para atender às demandas de saúde, com respeito a diversidade cultural de cada ser humano(6). Em nosso estado, no ano de 2013, o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (UFPI) comemorou também grandes conquistas destacando-se entre elas os 40 anos do Curso de Bacharelado em Enfermagem, a obtenção do conceito quatro pelo Curso de Mestrado na avaliação trienal, a aprovação pela CAPES do Curso de Doutorado em Enfermagem e a indexação da Revista de Enfermagem da UFPI a Cuiden, Latindex e Diadorim, conquistando assim a inserção no Qualis/Capes no estrato B4 para a Enfermagem e para a área de Serviço Social (7). Portanto, temos muito a comemorar, mas sem esquecer que são muitos os desafios para este século XXI. Sigamos incentivando o conhecimento científico entre nossos pares e socializando aqueles já adquiridos. Parabéns a todos que fazem a Enfermagem, celebremos a 75 SBEn com alegria, almejando que as questões que nos afligem hoje se transformem em grandes certezas amanhã.