Estudos da língua(gem)
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Published By Universidade Estadual Do Sudoeste Da Bahia/Edicoes Uesb

1982-0534, 1808-1355

2021 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 43-65
Author(s):  
Nathan Albury
Keyword(s):  

Os indivíduos de uma comunidade de falantes se ocupam de política de línguas. Eles interpretam e aplicam saberes populares e crenças sobre linguagem para dar vida a políticas linguísticas, e até mesmo criam medidas para resolver dilemas locais da língua. Esses indivíduos são, de fato, linguistas populares. A linguística popular examina as várias formas como um povo, sem treinamento linguístico, desempenha a linguística como ciência. Porém, no caso da política de línguas, a linguística popular tem se reservado a investigar a dinâmica sociocultural que diz respeito à vida pública. Proponho uma concepção holística da política de línguas dentro do programa de pesquisa da linguística popular. Isso possibilita um paradigma mais amplo para analisar não apenas o que o povo entende a respeito da política de línguas, mas também que tipo de conhecimento popular existe sobre políticas linguísticas, e quais saberes e crenças são aplicados por linguistas populares para desenvolver política de línguas.


2021 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 103-117
Author(s):  
Atilio Butturi Junior
Keyword(s):  

O que tentarei estabelecer adiante, se Michel Foucault não era um linguista, é que tampouco poderia ser considerado um outsider ou um pensador naif da linguagem. Estritamente, ele tem textos dedicados diretamente à constituição do campo estrutural da linguagem, textos sobre a inscrição da linguagem como literatura, textos metodológicos que se dispunham a enfrentar o problema da linguagem e do discurso, textos em que a linguagem é lida como um dispositivo de hermenêutica de si ou de subjetivação. É esse lugar ocupado por Michel Foucault que me interessa, inicialmente, para produzir o questionamento que move este escrito: em que medida há uma questão folk em Foucault, levando em consideração os espaços institucionais de onde falava e a constituição de seus saberes sobre a linguagem e a língua?


2021 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 119-137
Author(s):  
Marcelo Rocha Barros Gonçalves ◽  
Livia M. Falconi Pires
Keyword(s):  

O Dialeto Caipira de Amadeu Amaral (1920), sempre referenciado como seminal nos estudos dialetológicos do Português do Brasil pela Linguística Brasileira, completa um século neste ano de 2020. Neste artigo, que intenta ser também uma pequena homenagem ao autor e sua obra, vamos analisar, numa perspectiva discursiva da História das Ideias Linguísticas no Brasil (AUROUX, 2009; ORLANDI, 2001) e da noção de autor/autoria (MAINGENEAU, 2010), e considerando os delineamentos da Linguística Popular (NIEDZIELSKI; PRESTON, 2003), a questão da identidade do caipira, apontando para marcas linguísticas que permaneceram ao longo de todo este tempo. Vamos utilizar excertos do documentário Saberes do Vale (2018) para verificar, nos enunciados dos moradores do Vale do Paraíba, as características dantes registradas por Amadeu Amaral. Partindo da própria definição de Caipira proposta n’O Dialeto, definição esta que apresenta a questão de identidade como uma propriedade categórica, tentamos verificar a persistência de marcas de subjetividade (e não apenas linguísticas) no falar e no viver destes habitantes do interior de São Paulo.


2021 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 9-42
Author(s):  
Dennis R. Preston
Keyword(s):  

Este artigo trata da coleta e interpretação de dados em linguística popular, mas, como o título entre parênteses sugere, não se limita a qualquer noção pré-concebida de quais abordagens ou técnicas podem ser mais relevantes para a ampla variedade de preocupações no âmbito da linguística aplicada. Vou conceber a linguística popular amplamente aqui, incluindo não apenas os comentários que os não linguistas fazem sobre os tópicos linguísticos, mas também, as reações que eles têm a variedades de linguagem e uso da linguagem, incluindo respostas abertas e subconscientes. Em outras palavras, as descobertas da psicologia social da linguagem (ou seja, estudos de atitude) são consideradas parte da linguística popular, juntamente com dados derivados de um discurso mais consciente ou de funções operacionais. Esta é uma posição diferente daquela que atribui o rótulo de “linguística folk/popular” a respostas mais conscientes e “atitudes de linguagem” a outras relativamente mais inconscientes (NIEDZIELSKI; PRESTON, 2003, p. xi).


2021 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 67-102
Author(s):  
Carlos Sánchez Avendaño

No presente artigo analisam-se algumas ideologias linguísticas em fontes escritas (discurso acadêmico, imprensa escrita, textos escolares e crônicas de viagem), em relação às línguas indígenas costa-riquenhas, ao inglês crioulo limonense e à língua de sinais costa-riquenha. Basicamente tratam-se com detalhe os seguintes eixos ideológicos: a superioridade linguística e os tipos de línguas, a relação entre linguagem e capacidades cognitivo-intelectuais, a conexão entre variação idiomática e escrita, e a relação entre língua e identidade.


2021 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 5-8
Author(s):  
Roberto Leiser Baronas ◽  
Livia Maria Falconi Pires ◽  
Marcelo Rocha Barros Gonçalves ◽  
Tamires Cristina Bonani Conti
Keyword(s):  

2021 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 139-149
Author(s):  
Samuel Ponsoni ◽  
André Terra Oliveira Loureiro ◽  
Raquel Tavares Garbini
Keyword(s):  

Este artigo deriva de um projeto de extensão que teve por objetivo realizar uma compilação, organização e interpretação teórica da chamada língua(gem) dos sapateiros, uma forma de manifestação linguística que já foi bastante utilizada por determinados grupos sociais ligados à classe de trabalhadores de sapateiros, da cidade de Passos, Minas Gerais, mas que, ao longo do tempo, em razão do próprio declínio dessa profissão, resta apenas circunscrita a alguns sujeitos-falantes que ainda detêm tal saber linguístico. Nesse sentido, por meio dos dados obtidos, ora fazemos uma proposição teórica-hipotética de analisar essa língua dos sapateiros não como uma variedade linguística, mas sim como um código linguagem em uma interlíngua, produzida no saber linguístico dos sujeitos-trabalhadores ligados a esse universo de significações das sapatarias passenses. Portanto, responder a essa hipótese teórica se faz o principal objetivo deste trabalho.


2021 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 151-165
Author(s):  
Roberto Leiser Baronas

Neste ensaio, discutimos o uso que tem sido feito do conceito de racismo estrutural, que busca descrever e explicar, de um ponto de vista sociológico, as razões pelas quais, brasileiros, somos racistas desde alhures. Para tanto, mobilizamos dois outros conceitos, a saber, lugares parciais de fala e pré-construído (PÊCHEUX, 1975). Realizamos também uma pequena digressão asseverando que o conceito de racismo estrutural tal qual o conceito de classe social da maneira como vem sendo mobilizado está completamente esvaziado de sua “potência de ação” transformadora da sociedade (BUTLER, 1997), contribuindo, mesmo que de maneira inadvertida, para a propagação do mito da democracia racial brasileira. Por último, ressaltamos o papel social militante da Linguística popular/Folk linguistics na construção de uma sociedade igualitária, decente.


2021 ◽  
Vol 19 (1) ◽  
pp. 125-146
Author(s):  
Nelson Job

Investigaremos a emergência de novos conceitos e práticas brasileiras. Para isso, será necessário denunciar o nazifascismo ubíquo e a colonização estruturalista e transcendente no pensar brasileiro. A partir dessa crítica, vamos buscar no conceito de ninguendade de Darcy Ribeiro, imanência de Spinoza, na esquizoanálise de Deleuze e Guattari, a educação de Tim Ingold, a confluência em que emergem os transaberes enquanto um criar brasileiro ressoante e micropolítico, cujo fazer é norteado não por método, mas por um poestéticaos que chamaremos de pororoca. Dessa pororoca, nasce uma peculiar clínica brasileira e uma apreensão do que é, de fato, a singularidade brasileira, a partir do sertão político, literário e cinematográfico, que ressoa com diversas novas produções no Brasil.


2021 ◽  
Vol 19 (1) ◽  
pp. 47-60
Author(s):  
Hudson Augusto Rodrigues Bonomo

Este artigo é uma reflexão sobre o sujeito da cena contemporânea, que se apresenta com sua angústia por estar cada vez menos identificado com as estruturas tradicionais como a família, a sociedade, a religião, entre outras e cada vez mais implicado em identificações provisórias. Esta movimentação entre identificações provisórias, com espaços de vazio, silêncio e angústia que se intitula neste artigo como “identificações hiperdinâmicas”. Este sujeito erra como um navio no oceano com uma nova dinâmica de subjetivação ou do silenciamento desta mesma subjetivação, promovendo a necessidade de uma nova escuta ética da psicanálise.


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