scholarly journals O TERRITÓRIO, A LITERATURA: EL ASCO E A FRONTEIRA

2019 ◽  
pp. 229
Author(s):  
Giovani T. Kurz

Desenvolve-se, neste artigo, uma leitura do romance El asco: Thomas Bernhard en San Salvador, de Horacio Castellanos Moya, a partir das questões territoriais que ele toca e, por extensão, do problema da fronteira — seja no sentido político, seja no sentido estético. Para tanto, parte-se da filosofia de Leopoldo Zea, construída essencialmente em Discurso desde la marginación y la barbárie; do pensamento de Walter D. Mignolo, desenvolvido em Local Histories/Global Designs: coloniality, subaltern knowledges and border thinking; e das ideias sobre temporalidade e territorialidade apresentadas por Josefina Ludmer em Aquí América latina: una especulación. Chega-se, assim, à ideia do entre-lugar como lócus de enunciação do romance, problema abordado a partir de Silviano Santiago e, indiretamente, Homi K. Bhabha. Por fim, percebe-se, no romance, um narrador “em trânsito”, dividido entre passado e presente, Primeiro e Terceiro mundos.Palavras-chave: Literatura latino-americana; fronteira; Horacio Castellanos Moya; Josefina Ludmer; Walter Mignolo.

Epígrafe ◽  
2015 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 153
Author(s):  
Carolina Borges da Silva Luiz

<p class="Pargrafo">Este ensaio baseia-se no livro de Horacio Castellanos Moya, <em>Asco – Thomas Bernhard em San Salvador</em>, cuja representação de El Salvador provoca um questionamento sobre as possibilidades e conformações das identidades nacionais na América Latina, no fim do século XX. A análise se constrói a partir de múltiplas analogias e tal estratégia pretende inserir o pensamento de Moya na tradição do pensamento latino-americano. A ideia de que projetos violentamente derrotados deixam suas marcas no povo não é nova, mas o romance a leva ao limite, através de uma vertiginosa e irônica perspectiva pós-moderna. </p>


2016 ◽  
Vol 36 (1) ◽  
pp. 259
Author(s):  
Helano Jader Cavalcante Ribeiro

A des-feita do olhar europeu pelo latino-americano é o tema central deste artigo. Deste modo, surge o livro Asco de Horacio Castellano Moya que, apoiado no campo da indecidibilidade arma seu jogo de différance politicamente estético em torno de San Salvador. Apropriado do nome do escritor Thomas Bernhard e sua estética da repetição, caminha Moya para a desconstrução dos nomes próprios e de uma origem matricial, desestruturando, assim, a dependência entre o original e sua cópia. Este é, sobretudo, um gesto político. No trabalho arqueológico proposto no presente artigo o pulo original [Ursprung] às memórias do narrador se revela redentor a partir do momento em que Moya resolve contar a história dos vencidos.


Author(s):  
Yara Dos Santos Augusto Silva

Este estudo propõe desenvolver um pensamento crítico em torno das noções de crioulização e diálogo intercultural, a partir da obra de Alejandro Xul Solar (1887-1963) e do contexto da modernidade argentina. Em sua condição de sujeito e criador formado em uma cultura de mescla, Xul Solar elabora um projeto artístico compósito, baseado em textos e imagens e na invenção de uma língua auxiliar para a América Latina, o neocriollo. Isso lhe permite, em consonância ao proposto por Jorge Luis Borges, evitar incorrer excessivamente na cor local e, por outra parte, não se submeter ao ideário de unificação expressiva e obliteração da diferença cultural, aventado pelas nações europeias hegemônicas. Diante disso, a partir do campo de estudos da Literatura Comparada, objetiva-se investigar de que maneira os processos de crioulização de línguas e linguagens, que permeiam a produção artística e as reflexões estéticas de Xul Solar, culminam em dinâmicas de contato e diálogo intercultural. Como pesquisa de caráter transdisciplinar, o estudo se vale de contribuições de teóricos como Beatriz Sarlo, Néstor Canclini, Rosalind Krauss, Édouard Glissant e Silviano Santiago. Dentre os resultados obtidos, destaca-se a constatação de que a noção de crioulização, conforme operacionalizada por Xul Solar, compreende a mescla cultural enquanto processo de aproximação e negociação entre elementos díspares. Nesse sentido, foi possível concluir que a busca neocriolla supõe um mecanismo de assimilação ativa, devoração crítica, que se aproxima da proposição oswaldiana da antropofagia, proposta que possibilita a Xul Solar uma espécie de entre-lugar discursivo.


2010 ◽  
Vol 26 (43) ◽  
pp. 267-282
Author(s):  
Eugênio Rezende de Carvalho
Keyword(s):  

O artigo analisa as etapas de fundação e consolidação de um dos mais importantes movimentos intelectuais da América Latina no século XX - o movimento latino-americano de História das Ideias -, a partir, sobretudo, das ações e escritos de seu principal líder e fundador, o filósofo mexicano Leopoldo Zea Aguilar (1912-2004). Na etapa de fundação, que corresponde à década de 1940, o foco principal é na obra inicial de Zea, bem como em seus primeiros esforços no sentido da articulação e organização institucional do movimento em escala continental. Já na etapa seguinte, que corresponde à década de 1950, é abordado o processo de consolidação orgânica e epistemológica do movimento.


2011 ◽  
Vol 31 (61) ◽  
pp. 297-315
Author(s):  
Eugênio Rezende de Carvalho
Keyword(s):  

O presente artigo tem como propósito oferecer uma análise sobre a dupla dimensão do movimento intelectual de história das ideias, organizado na América Latina por volta da década 1940, sob a liderança destacada do filósofo mexicano Leopoldo Zea (1912-2004). A primeira dimensão, denominada 'projeto disciplinar', expressa os fundamentos de uma história das ideias latino-americana como disciplina específica, abarcando os pressupostos filosóficos, epistemológicos, teóricos e metodológicos que lhe deram sustentação. Já a segunda dimensão, denominada 'projeto extradisciplinar', caracteriza-se pela função pragmática e identitária atribuída pelos representantes do movimento à história das ideias latino-americana. A reflexão sobre as íntimas relações entre essas duas dimensões ou projetos, ou seja, entre a disciplina História das Ideias e suas funções, constitui, em última instância, o objetivo principal deste trabalho.


2016 ◽  
pp. 13
Author(s):  
Cynthia Callegari ◽  
Martha Campobello

Este trabajo tiene como objetivo explorar la poética de Horacio Castellanos Moya en tanto que muestra en sus textos una tematización de problemáticas histórico-sociales de Centroamérica. Su narrativa impugna la construcción utópica de la narrativa del Boom y,  recurriendo al procedimiento de hacer memoria,  crea un espacio en red dentro de su propia obra que permite una mirada múltiple sobre la problemática de la violencia desde diferentes aristas.   Acercarnos a su palabra nos permitirá trazar un panorama de sus reflexiones que posibilita exponer su pensamiento sobre la relación literatura-sociedad;  al mismo tiempo nos orientará para delinear una zona metatextual a partir de la cual el escritor direccionaliza la lectura de sus textos en un espacio donde la violencia es inherente a nuestra realidad. El realismo despiadado que teje su obra nos sitúa en una configuración de América Latina focalizada desde el fondo de un volcán.Palabras claves: Horacio Castellanos Moya; violencia; memoria; hipertexto; relismo despiadado


2020 ◽  
Vol 29 (2-2020) ◽  
pp. 77-83
Author(s):  
Shirley Longan Phillips
Keyword(s):  

Por razones familiares, dos hombres deben regresar a sus países de origen después de mucho tiempo de estar fuera. Cada uno de ellos, se reintegra a su familia, pero se sienten lejanos y extranjeros no solo en su tierra, sino en su entorno familiar. Ambos poseen un amigo con quien conversan y a quien le muestran su descontento, su inconformidad y su deseo de volver a irse, ojalá para no regresar nunca más. Sin embargo, ambos sufren el infortunio de perder el pasaporte, ese documento que los hace sentirse inmunes en el lugar de origen y su pase para irse lo más lejos y rápido posible. Este artículo es una lectura comparada de los personajes principales de la novela El asco: Thomas Bernhard en San Salvador de Horacio Castellanos (1997) y la película El regreso de Hernán Jiménez (2011). El objetivo consiste en comparar a Vega en el texto de Castellanos y Antonio en el filme de Jiménez.


Orbis Tertius ◽  
2017 ◽  
Vol 22 (25) ◽  
pp. 034
Author(s):  
Ximena Espeche
Keyword(s):  

Propongo leer “Marx y América Latina” de José Aricó como un trabajo que discute los presupuestos de la historia de las ideas identificados con la producción de Leopoldo Zea en un sentido que lo vincula fuertemente con otro autor, Carlos Real de Azúa: las obsesiones, los límites y los alcances de una posible “historia esotérica” o “investigación filosófica”.


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