scholarly journals Por um chamado ao selvagem em a maçã no Escuro, de Clarice Lispector, e a crítica de Evando Nascimento

Author(s):  
Fabrício Lemos Da Costa
Keyword(s):  

Este artigo tem como objetivo refletir sobre a presença de um chamado ao selvagem no romance A maçã no escuro (1961), de Clarice Lispector (1920-1977). Assim, recorremos aos estudos críticos de Evando Nascimento, evidenciando a sua abordagem, cujas questões colocam-se na clave das novas contribuições interpretativas da ficção clariciana. Neste trabalho, revisitaremos os pressupostos do crítico, presente em seus estudos mais filosóficos até chegarmos às reflexões que abarcam a produção de Lispector. Enfatizaremos, desse modo, como a narrativa pode significar um convite à alteridade, ao pensamento e ao selvagem, no qual Martim, personagem do romance, está imbuído.

2011 ◽  
Vol 9 ◽  
Author(s):  
Lucia Helena

O artigo discute a questão do gênero, na atividade literária de escritoras mulheres, consciente de que não é tarefa da literatura representar de forma transparente o contexto, nem um eterno feminino. Chamando a atenção para o conceito de generização desenvolvido por Teresa de Lauretis em seu artigo “Tecnologias de gênero”, o ensaio comenta algumas passagens de Lispector, discutindo seus textos e questionando se sua ficção é ou não o produto de uma écriture féminine, como propôs Hélène Cixous.


2008 ◽  
Vol 3 ◽  
Author(s):  
Cristiane Amorim
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Leitura do conto “Os obedientes”, à luz da obra O homem e a morte, de Edgar Morin. A análise enfatizará a presença da morte e do seu duplo (a vida) na construção do tecido literário, a linguagem como sustentáculo da existência, a batalha permanente e fatídica entre o sujeito e a esfera social, o erro como chave da liberdade do indivíduo, o choque entre realidade e irrealidade, o contraponto entre os espaços exterior e interior, o aniquilamento e resgate do eu na morte-suicídio e a reciprocidade da situação sacrificial. No conto, o morrer não se estrutura sobre a decrepitude corpórea, e sim na perda da individualidade enquanto alameda sem retorno em direção à morte.


2016 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
Author(s):  
Raquel Souza
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RESUmO : Lis no peito: um livro que pede perdão (2005), narrativa juvenil de autoria de Jorge Miguel Marinho, ficcionaliza, a partir das descobertas amorosas e literárias do protagonista adolescente, o processo de formação do leitor literário -- que, ao contrário do que apregoam as campanhas bem intencionadas destinadas aos jovens, pode ser bem doloroso e perturbador. Diante da quebra de expectativas proporcionada pela leitura de Clarice Lispector, e da necessidade, a partir de então, de reavaliar seu lugar no mundo, o personagem encena o papel determinante que a projeção da subjetividade desempenha na construção da relação entre leitor e literatura. Apoiando-nos, pois, em Michèle Petit (2013) e Annie Rouxel (2012; 2013), ambas estudiosas, em diferentes áreas do conhecimento, da ação do sujeito leitor na construção de sentidos do texto literário, investigaremos, por um lado, de que maneira se dá, na tessitura narrativa, a ficcionalização desse processo de formação do leitor; por outro lado, considerando que o protagonista é ele próprio uma projeção textual do autor empírico -- o que fica claro quando cruzamos a ficção com dados extraliterários --, verificaremos em que medida a subjetividade leitora se torna ela mesma matéria-prima para a criação literária. Por fim, colocando Lis no peito ao risco da leitura de jovens leitores empíricos, tentaremos avaliar a medida da distância (ou da identidade) entre os leitores virtuais, inscritos nas páginas do texto, e os leitores de carne e osso, que se apropriam singular e subjetivamente do que leem no concreto das práticas.PALAVRAS-CHAVE: Narrativa juvenil contemporânea, Formação do leitor literário, Sujeito leitor.


Temática ◽  
2019 ◽  
Vol 15 (7) ◽  
Author(s):  
Ray Da Silva Santos
Keyword(s):  

Esta pesquisa buscou conhecer, por meio de um olhar interdisciplinar, como a personagem Macabéa, de A Hora da Estrela, é apresentada aos leitores-espectadores, tanto na obra literária (1977), de Clarice Lispector, quanto no filme (1985), de Suzana Amaral. Isso aconteceu mediante a análise interpretativa dos fotogramas do filme, bem como dos enunciados produzidos pelos personagens em cada um dos campos artísticos.Palavras-chave: A Hora da Estrela, Macabéa, Clarice Lispector, Suzana Amaral, Adaptação cinematográfica.


2010 ◽  
Vol 15 (3) ◽  
pp. 623-632
Author(s):  
Fabio Scorsolini-Comin ◽  
Manoel Antônio dos Santos
Keyword(s):  

Author(s):  
Rodrigo da Costa Araujo
Keyword(s):  

O objetivo dessa leitura é aproximar-se desses recursos e acompanhar a narrativa e as estratégias da escritora e das multiplicidades de sentidos que esta autora propõe. Para isso, busca-se nos intertextos e na poética paratextual um eixo para a realização de uma leitura do último romance da escritora e entrever a natureza aberta do texto estético e a força de significação dele em conjunto com a pluralidade das leituras. Em seus silêncios, a escritura de Clarice Lispector é encoberta de metalinguagens que descrevem, explicam, reproduzem, produzem e reinventam por meio de seus personagens-narradores estas percepções. É com esse modo de construir a narrativa que muitos estudiosos evidenciam a relevância metateórica dentro da literatura, como pode-se observar em Chalhub: “A verdade da arte literária é reveladora: rastreia o sentido das coisas, apresentando-as como se tudo fosse novo, porque nova é a forma de combinar as palavras” (1988, p. 9). Assim, a escrita-revelação de Clarice Lispector que (re)cria sempre o novo dentro da literatura é, também, a intenção dessa proposta.


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