clarice lispector
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Author(s):  
Fabrício Lemos Da Costa
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Este artigo tem como objetivo refletir sobre a presença de um chamado ao selvagem no romance A maçã no escuro (1961), de Clarice Lispector (1920-1977). Assim, recorremos aos estudos críticos de Evando Nascimento, evidenciando a sua abordagem, cujas questões colocam-se na clave das novas contribuições interpretativas da ficção clariciana. Neste trabalho, revisitaremos os pressupostos do crítico, presente em seus estudos mais filosóficos até chegarmos às reflexões que abarcam a produção de Lispector. Enfatizaremos, desse modo, como a narrativa pode significar um convite à alteridade, ao pensamento e ao selvagem, no qual Martim, personagem do romance, está imbuído.


2021 ◽  
Vol 41 (65) ◽  
pp. 217
Author(s):  
Ailton Pirouzi Júnior ◽  
Mariana Daminato

Resumo: O presente trabalho consiste em uma leitura da obra Dias úteis (2019), da escritora portuguesa Patrícia Portella, sob a perspectiva das epígrafes e de uma particular didascália. A proposta é entender a construção narrativa e temática dos “contos” dessa “novela”, através dos paratextos que os antecedem. Com a utilização de autores predominantemente de língua portuguesa, Portella recorre a Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Érico Veríssimo e Adélia Prado (literatura brasileira) e completa seu repertório com Maria José – o heterônimo de Fernando Pessoa – e Herberto Helder (literatura portuguesa). Por meio de uma visão geral, percebe-se que as epígrafes de Dias úteis (2019) não fazem papel de “borda da obra”, como rotulado por Genette (2009). Tanto quanto as epígrafes, a didascália carrega um significado particular dentro do texto e, mais do que orientações de como ler a obra, ela apresenta uma perspectiva da autora a respeito de algumas ideias que serão exploradas ao longo da trama. Ademais, destaca-se o fato de a obra estar inserida no cenário da novíssima ficção portuguesa. Em suma, a ideia é compreender não só a funcionalidade das epígrafes e da didascália, mas também a maneira como esses paratextos são articulados em Dias úteis (2019), entrelaçando, assim, excertos citados, textos e enredos.Palavras-chave: epígrafes; didascália; paratextos; novíssima ficção portuguesa; Patrícia Portela. Abstract: The present work consists of a reading of the work Dias úteis (2019), by the Portuguese writer Patrícia Portella, from the perspective of the epigraphs and a particular didascalia. The proposal is to understand the narrative and the thematic construction of the “short stories” of this “novel”, through the paratexts that precede them. Using predominantly Portuguese language authors, Portella calls Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Érico Veríssimo and Adélia Prado (Brazilian literature) and completes his repertoire with Maria José – the heteronym of Fernando Pessoa – and Herberto Helder (Portuguese literature). Through an overview, it is clear that the epigraphs of Dias úteis (2019) do not play the role of “edge of the work”, as labeled by Genette (2009). As much as the epigraphs, the didascalia carries a particular meaning within the text and, more than guidelines on how to read the work, it presents the author’s perspective on some ideas that will be explored throughout the plot. Furthermore, the fact that the work is inserted in the scenario of the newest Portuguese fiction stands out. In short, the idea is to understand not only the functionality of the epigraphs and didascalia, but also the way in which these paratexts are articulated in Dias úteis (2019), thus interweaving quoted excerpts, texts and plots.Keywords: epigraphs; didascalia; paratexts; brand new Portuguese fiction; Patricia Portela.


2021 ◽  
Vol 11 (2) ◽  
pp. 95-108
Author(s):  
Andressa dos Santos Torres ◽  
Talita Hoelz Ploia ◽  
Ângela Cogo Fronckowiak
Keyword(s):  

Este artigo pretende divulgar o projeto de extensão Leitura Clandestina, idealizado por acadêmicos de Letras na intenção de homenagear, em 2020, o centenário de Clarice Lispector, escritora brasileira que transformou o cenário literário de sua época. No texto, discorremos acerca de razões que impulsionaram a proposta e sua consecução: a) o desafio que a pandemia trouxe ao exercício da docência, tanto para os professores quanto para os licenciandos; e b) a percepção de que muitos professores de Literatura e Língua Portuguesa consideram os textos da escritora complexos e não os apresentam aos alunos. A iniciativa buscou aproximar crianças e jovens da obra clariceana, favorecendo a oportunidade de exercerem a leitura, aprimorando suas habilidades técnicas e desfrutando da sua realização enquanto ação poética, que os mobilizasse a vivenciar textos da autora, selecionados pela curadoria do Leitura Clandestina, que levou em conta temáticas relativas ao universo humano comum a adultos e jovens, presentes na sua obra. Esse objetivo foi delineado a partir da parceria com admiradores da obra clariceana, leitores que se integraram ao intento e elaboraram uma produção interpretativa de seus textos, por desejo pessoal ou incentivados por seus professores, no caso de estudantes das escolas. Assim, argumentamos a relevância da curricularização de projetos de extensão acadêmica, espaço em que se concretizam processos vinculados à pesquisa e que produz experiências que têm sentido para os usuários e para aqueles que as estão produzindo, como aconteceu com o grupo. Em relação à leitura, o artigo revela que iniciativas que favorecem os papeis ativos dos leitores, traduzindo em diferentes dimensões da linguagem suas impressões e interpretações, validam o protagonismo leitor dos participantes. A proposta culminou em publicações no Instagram, onde buscamos agir enquanto mediadores de leitura, despertando a curiosidade e o interesse da audiência em aprender mais sobre Clarice Lispector, sua vida, suas obras literárias, além de mostrar outras de suas inclinações artísticas com a exibição de suas pinturas.


Author(s):  
Rodrigo da Costa Araujo
Keyword(s):  

O objetivo dessa leitura é aproximar-se desses recursos e acompanhar a narrativa e as estratégias da escritora e das multiplicidades de sentidos que esta autora propõe. Para isso, busca-se nos intertextos e na poética paratextual um eixo para a realização de uma leitura do último romance da escritora e entrever a natureza aberta do texto estético e a força de significação dele em conjunto com a pluralidade das leituras. Em seus silêncios, a escritura de Clarice Lispector é encoberta de metalinguagens que descrevem, explicam, reproduzem, produzem e reinventam por meio de seus personagens-narradores estas percepções. É com esse modo de construir a narrativa que muitos estudiosos evidenciam a relevância metateórica dentro da literatura, como pode-se observar em Chalhub: “A verdade da arte literária é reveladora: rastreia o sentido das coisas, apresentando-as como se tudo fosse novo, porque nova é a forma de combinar as palavras” (1988, p. 9). Assim, a escrita-revelação de Clarice Lispector que (re)cria sempre o novo dentro da literatura é, também, a intenção dessa proposta.


2021 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 74-85
Author(s):  
Fernando Filgueira Barbosa Júnior Barbosa Júnior ◽  
Charles Albuquerque Ponte Ponte
Keyword(s):  

A ideia motriz desse trabalho consiste em fazer uma análise comparada entre as obras Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres (1969) e Água Viva (1973), da escritora Clarice Lispector, revelando, a partir das teorias de Auerbach (2013), Elias (1994), Nunes (1969/ 1995), Teixeira (2011) e estudos filiados, a estrutura social velada que se engaja na terceira fase do modernismo brasileiro e permanece até os dias atuais como pano de fundo às produções literárias. Nosso objetivo é estabelecer um possível diálogo entre as duas obras, com base na formação das personagens, como elas se imbricam em narrativas diferentes e esteticamente opostas.


2021 ◽  
Author(s):  
Edson Ribeiro da Silva

O presente estudo focaliza a possibilidade do conto de formação como subgênero, tomando como paradigmas os contos “A casa de bonecas”, de Katherine Mansfield, e “Felicidade clandestina”, de Clarice Lispector. Esses contos são observados como obras autoficcionais, por se inserirem em um gênero ficcional, mas evidenciarem sua natureza autobiográfica. A noção de Bildung aparece neles e, de modo geral, no subgênero como crise que resulta em aprendizado. Teóricos como Lejeune, Searle, Doubrovsky, Alberca, Klinger e Puga servem como base para os conceitos que evidenciam a natureza formadora e autoficcional desses contos.


Organon ◽  
2021 ◽  
Vol 36 (72) ◽  
pp. 66-79
Author(s):  
Paula Cristina Gomes Do Amparo ◽  
Gabriel Martins Da Silva

A escritora Clarice Lispector reservou, ao longo da sua obra, um espaço privilegiado para o encontro entre humanos e animais, através de trocas de olhares que desestabilizam a hierarquia ontológica entre os seres. Em uma argumentação interessada no papel do olhar durante o encontro com a diferença animal, analisaremos os contos “O búfalo”, de Laços de Família (1960), e “Tentação”, de A legião estrangeira (1964), em diálogo com os trabalhos de Giorgio Agamben e John Berger sobre o lugar social do zoológico como dispositivo de separação, controle e catalogação do que é dado como natureza e cultura.


Organon ◽  
2021 ◽  
Vol 36 (72) ◽  
pp. 158-172
Author(s):  
Mateus Toledo Gonçalves

Esse artigo é uma leitura de “Amor”, de Clarice Lispector. O artigo acompanha o conto basicamente parágrafo a parágrafo até a cena crucial do Jardim Botânico. A filosofia do rosto de Emmanuel Levinas será um referencial importante para pensar o evento da narrativa, em que a protagonista avista do bonde o cego mascando chicles. Esse evento terá “repercussões ontológicas” no conto, como argumentaremos, no que a referência à filosofia levinasiana será decisiva. Esse referencial, no entanto, será relativizado na literatura de Clarice Lispector, por meio da desestabilização da partilha entre o que é meramente um objeto e o que pode deter um rosto.


ALCEU ◽  
2021 ◽  
Vol 21 (45) ◽  
pp. 5-12
Author(s):  
Mauro Silveira
Keyword(s):  

Um projeto iniciado a partir do sonho e do desejo de comemorar o centenário de nascimento da escritora Clarice Lispector resultou no livro Quanto ao futuro, Clarice, lançado pela Editora PUC-Rio, em coedição com a Bazar do Tempo. A obra foi idealizada e organizada pelo professor Júlio Diniz, Decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH) da PUC-Rio, que, para concretizar o objetivo, convidou especialistas na autora – brasileiros e estrangeiros –, encarregados de produzir os 19 ensaios que compõem o livro. Clique aqui para ouvir o podcast da entrevista na íntegra.


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