scholarly journals Mallarmé redivivo em Eduardo Guimaraens

2019 ◽  
Vol 15 (28) ◽  
pp. 338
Author(s):  
Ellen Guilhen

Publicado em 1916, o livro de poemas Divina Quimera, de Eduardo Guimaraens (1892-1928), estabelece, em suas inúmeras referências, relações com as obras e os textos críticos de Charles Baudelaire (1821-1867), Edgar Allan Poe (1809- 1849), Stéphane Mallarmé (1842-1898), entre outros. Sua configuração, calcada na alternância de caráter das cinco partes, permite-nos aproximá-lo da forma musical fantasia, ao mesmo tempo em que “redivive” o projeto de Mallarmé de incorporar nas Letras a anatomia da música, elegendo o ritmo (e não a progressão lógica) como princípio organizador da coletânea.

2017 ◽  
Vol 11 (5) ◽  
pp. 1556
Author(s):  
Sandra Mara Stroparo

O Stéphane Mallarmé tradutor nasce praticamente ao mesmo tempo que o poeta. Aprende inglês apenas para ler e traduzir Edgar Allan Poe, descoberto inicialmente nas traduções de  Charles Baudelaire. A relação com a língua se tornará importante em sua vida, definindo até mesmo sua profissão como professor de inglês, e embora também tenha traduzido alguns outros poetas, é à poesia de Poe que dedicará seu grande trabalho. A publicação de sua tradução de "The Raven", ilustrada por Manet, marcou época na tradição do livro ilustrado e é bastante mais precoce: 1875. Mallarmé deixou três versões da tradução desse poema e elas nos permitem perceber um certo caminho em torno de sua própria compreensão do poema bem como de suas escolhas poéticas. Das primeiras tentativas de tradução, mais formalizantes e literais, até a fluente prosa poética da versão definitiva, as estratégias tradutórias escolhidas pelo autor revelam, como um Beckett avant la lettre, uma ligação direta entre sua reflexão e concepção de poesia, demostrando um caminho de amadurecimento e busca de efeitos específicos pelo poeta, o início de seu interesse pela língua inglesa assim como as influências definitivas de Baudelaire e Poe em sua obra.


2018 ◽  
Vol 23 ◽  
pp. 95-112
Author(s):  
João Tavares Bastos

Melancolia e ironia frequentemente cooperam para impulsionar a revitalização literária. O congraçamento entre os dois conceitos faculta ainda a abertura de novas vias para o belo, a partir da assunção de um posicionamento marginal ou dissidente. Neste texto, busca-se descrever a presença dessa fértil cooperação no processo de emergência do poema em prosa e de criação de uma estratégia de produção calcada na negatividade. Observa-se, assim, que Aloysius Bertrand, Charles Baudelaire e Arthur Rimbaud recorreram a esse último gênero poético em busca da originalidade e do contraste, terminando por desencadear o que Stéphane Mallarmé chamaria posteriormente de crise de verso.


1976 ◽  
Vol 30 (3) ◽  
pp. 287-300
Author(s):  
D. J. MOSSOP

Discurso ◽  
2017 ◽  
Vol 47 (1) ◽  
pp. 351-375
Author(s):  
Renata Philippov

Este artigo pretende analisar a questão da fragmentação textual em algumas obras de Edgar Allan Poe e Charles Baudelaire como tributária da estética do fragmento discutida por Friedrich Schlegel. Objetiva-se estudar como esses autores teriam criado suas próprias estéticas do fragmento. 


Author(s):  
Rebecca Munford

‘Spectral Femininity’ examines the troubling spectres of femininity that have haunted the Gothic imagination since the eighteenth century. Etymologically related as much to the field of looking as to the realm of phantoms, the ‘spectre’ occupies a vital place in the Gothic’s vocabulary of haunting, revenance and (in)visibility. From the repressed daughters and buried mothers of the eighteenth-century Gothic, to the infernal images of wraithlike women in the macabre imaginings of Edgar Allan Poe and Charles Baudelaire, femininity is peculiarly susceptible to ‘spectralisation’. With reference to the Freudian uncanny, Derrida’s notion of spectrality and the work of Terry Castle, Munford analyses Daphne du Maurier’s Rebecca, Shirley Jackson’s The Haunting of Hill House and Ali Smith’s Hotel World, in all of which images of spectral femininity are used to explore questions of historical dispossession, experiences of social invisibility, and anxieties about sexual identity and generational conflict. As Derrida reminds us, the spectre ‘begins by coming back’; never fully exorcised, the spectral is always that which refuses to be laid to rest. The chapter concludes that, while images of spectral femininity often function as sites of dread and anxiety, they also work to signify powerful images of irrepressible female desire and agency.


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