Avaliação do uso de ozônio em temperaturas de leite cru refrigerado na contagem de psicrotróficos
A qualidade do leite cru está associada às boas práticas de ordenha proveniente de rebanhos sadios e com refrigeração obrigatória do leite cru na granja leiteira entre 4 e 7° C, podendo chegar até, no máximo, 9° C durante a coleta final (BRASIL 2018). Embora a refrigeração seja eficaz para aumentar a vida útil do leite cru, a manutenção das baixas temperaturas favorece a multiplicação de bactérias psicrotróficas, que produzem proteases e lipases termorresistentes, que permanecendo ativas mesmo após a pasteurização, podem afetar negativamente, tanto o próprio leite, quanto seus derivados (RIBEIRO et al., 2018). Visando reduzir a contagem de microrganismos psicrotróficos no leite cru, o presente trabalho avaliou a eficácia da aplicação de ozônio, considerado um bactericida verde por não ser poluente e não deixar resíduos no alimento, diretamente no tanque de resfriamento. As amostras de leite cru foram obtidas de um rebanho saudável e recolhidas diretamente do tanque de resfriamento da propriedade e armazenadas em frascos estéreis com volume de 6 litros sob refrigeração (4 e 9° C). A aplicação do ozônio seguiu delineamento fatorial com variáveis independentes sendo as temperaturas do leite (4 e 9° C) e os tempos de exposição ao ozônio (5 e 15 minutos) utilizando Gerador de Ozônio N202F Bivolt 500mg/h O³ Disinfector - Diluka Power. Foram retiradas amostras antes e após a ozonização. As amostras foram então armazenadas por 48 horas sob refrigeração (4° C) para permitir a proliferação da flora psicrotrófica. O teor de psicrotróficos e a contagem bacteriana total das amostras e do grupo controle foram avaliados em meio ágar bacteriológico PCA por 10 dias a 7° C e a 36° C por 24 horas, respectivamente. A aplicação de ozônio foi eficaz em reduzir a contagem de microrganismos psicrotróficos no tempo de 5 minutos a 4° C, esse resultado é extremamente satisfatório, visto que, a temperatura de aplicação é a mesma aplicada aos tanques de refrigeração nas propriedades, o que permitiria, facilmente, a aplicação nas próprias fazendas. Agradecimentos Agradecemos à equipe do Serviço de Orientação à Alimentação Pública da FMVZ-Unesp e ao proprietário da fazenda por disponilibizar o material utilizado na pesquisa. Referências BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa nº 76, de 26 de novembro de 2018. Regulamentos Técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A. Diário Oficial da União, Brasília, 2018. RIBEIRO JÚNIOR, J. C.et al. The main spoilage1 related psychrotrophic bacteria in refrigerated raw milk. Journal of dairy science, v. 101, n. 1, p. 75-83, 2018. PALAVRAS-CHAVE: Microbiologia dos alimentos, Qualidade do leite, Tecnologia verde