A estimativa da idade a partir de remanescentes ósseos é um desafio da ciência forense, principalmente em adultos. Os ossos da cabeça, do pescoço e os dentes apresentam maior resistência e, frequentemente, são as únicas peças disponíveis para perícia. Este estudo teve como objetivo revisar criticamente os métodos disponíveis para a estimativa de idade a partir remanescentes ósseos da cabeça e do pescoço, bem como dos dentes na prática forense. Foi realizada uma revisão da literatura, utilizando a base de dados PubMed para as buscas com os seguintes descritores: “cranial sutures”, “teeth mineralization”, “cervical vertebrae”, “hyoid”, “age estimation” e “human identification”. As buscas de artigos foram restritas aos últimos dez anos. Contudo, livros, artigos clássicos e teses foram incluídos, mesmo que tenham sido publicados há mais tempo. A revisão da literatura mostrou que a idade de fechamento das suturas deve ser utilizada em associação com outro parâmetro devido à ocorrência de variações frequentes. O ângulo da mandíbula pode oferecer informações importantes para estimar a idade, porém a mineralização dentária a partir da utilização de exames de imagem ou técnicas histológicas oferecem subsídios para estimar a idade com maior acurácia. Os ossos do pescoço podem ajudar a estimar a idade, porém não devem ser utilizados isoladamente. Em conclusão, os dentes e ossos da cabeça e do pescoço podem ser utilizados em complemento à análise de outros ossos para estimativa de idade. Contudo, quando são as únicas peças disponíveis, o grau de fechamento das suturas, o ângulo da mandíbula e a mineralização dentária podem oferecer subsídios suficientes para estimar a idade, principalmente quando analisados juntamente a exames de imagem, técnicas histológicas e em associação com os ossos do pescoço.