Resumo: A partir da situação de obras-limite como Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa (e o Finnegans Wake, de James Joyce, por exemplo) o texto apresenta um argumento em favor da traduzibilidade da literatura como tal e, especialmente, das obras literárias mais radicais, propondo inclusive que essa sua radicalidade torna ainda mais central sua condição de “traduzíveis”. Ao longo de uma comparação entre obras literárias, musicais e pictóricas, e seus diferentes conceitos de original e reprodução, o texto sustenta que a reprodutibilidade é por necessidade corolário da base linguística da literatura, o que acarreta a traduzibilidade necessária como premissa menor, derivada, e, portanto, quase inquestionável.Palavras-chave: traduzibilidade; experimentalismo; Grande sertão: veredas; Finnegans Wake.Abstract: From the situation of such radical works as Grande Sertão: Veredas, by João Guimarães Rosa (and Finnegans Wake, by James Joyce, for instance) this paper argues in favor of the translatability of literature as such and, most specially, of the more avant-garde works of literary art, whose radical position makes their translatability even more necessary. After comparing works of literature, music and painting, and their different ideas of originality and reproduction in each of these fields, this paper argues that this reproducibility is a natural consequence of the linguistic basis of literature, which entails this translatability as a minor premise, a second-order premise, which is, as such, unquestionable.Keywords: translatability; experimentalism; Grande sertão: veredas; Finnegans Wake.