Heloisa de Fátima Mendes Justino
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Fabio Ribeiro Dos Santos
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Bruno Ricardo De Castro Leite Junior
Introdução: A entomofagia, isto é, a prática de comer insetos, vem crescendo ao longo dos últimos anos devido ao baixo impacto ambiental, elevado valor nutricional e potenciais benefícios à saúde. A composição nutricional destes animais varia de acordo com a espécie, estágio de desenvolvimento, origem, alimentação, entre outros fatores. Estes alimentos apresentam elevado teor proteico (atingido valores de até 61%) de alta qualidade nutricional com um adequado perfil de aminoácidos essenciais. Em paralelo, a hidrólise enzimática de proteínas vem sendo aplicada visando a geração de peptídeos com relevantes propriedades biológicas, como exemplo, atividade antioxidante, antidiabética, anti-hipertensiva, antimicrobiana e outras. Objetivo: Neste contexto, essa revisão apresenta o potencial de insetos comestíveis, como substrato proteico para a produção de peptídeos bioativos. Materiais e Métodos: O processo metodológico adotado foi a pesquisa bibliográfica em bases acadêmicas virtuais (Scoups, Scielo e Google acadêmico) utilizando as palavras chaves: “insetos comestíveis”, “peptídeos bioativos”, “hidrólise enzimática de insetos comestíveis” para obtenção de artigos científicos publicados nos últimos 5 anos. As proteínas de insetos comestíveis são fontes de peptídeos bioativos. Resultados: Geralmente, esses pequenos fragmentos são formados por menos de 20 resíduos de aminoácidos com massa molecular <6 kDa. Pesquisadores sugerem que os peptídeos com massa molecular menor que 1kDa são melhores para incorporação em alimentos, devido à melhor absorção na forma intacta pelo sistema circulatório. Dentre os principais insetos com potencial de geração de peptídeos bioativos, destacam-se os peptídeos obtidos do Grilo (Amphiacusta annulipes) e do tenébrio gigante (Zophobasmorio) com capacidade antioxidante, os peptídeos do gafanhoto-do-deserto (Schistocerca gregária) e da larva-da-farinha (Tenebrio molitor) com bioatividade anti-hipertensiva e os peptídeos do grilo-doméstico tropical (Gryllodes sigillatus) desempenhando atividade antioxidante, antidiabética e anti-hipertensiva. Conclusão: Desta forma, a hidrólise enzimática das proteínas de insetos possibilita a obtenção de peptídeos bioativos, podendo estes serem utilizados em formulações alimentícias ou em nutracêuticos. Neste sentido, outros estudos vem sendo conduzidos para o desenvolvimento de técnicas de incorporação desses peptídeos em diferentes matrizes alimentícias.