Boletim de Pesquisa NELIC
Latest Publications


TOTAL DOCUMENTS

260
(FIVE YEARS 15)

H-INDEX

1
(FIVE YEARS 0)

Published By Universidade Federal De Santa Catarina

1984-784x, 1518-7284

2020 ◽  
Vol 19 (31) ◽  
pp. 87-102
Author(s):  
Vinícius Nicastro Honesko

A partir de considerações sobre questões relacionadas à teoria da história, o presente ensaio analisa como a produção de uma narrativa historiográfica contém alguns aspectos que podem também ser detectados nos atuais modos de gestão de informações e governo político baseados em padrões da cibernética. Para tanto, num primeiro momento, expõe como as maneiras de operar na historiografia podem ser compreendidas a partir de uma poética do saber e, num segundo momento, entrelaça essa dinâmica aos padrões de gestão de probabilidades no âmbito das ciências físicas e sociais. Por fim, expõe como a produção de um real por meio do controle das probabilidades se tornou o eixo central para o domínio das experiências humanas em sua amplitude (desde a gestão das memórias às práticas de governo em sentido estrito).


2020 ◽  
Vol 19 (31) ◽  
pp. 39-52
Author(s):  
João Paulo Zarelli Rocha

Bandeira, sem ter escrito um conto sequer, conta inúmeras histórias. Em carta a João Cabral, reclama de redondilhas jogadas por seu amigo, como celebração natalina, a um cartão que mais pareciam pulgas de Anatole France. As pulgas provinham de Les matinées de la Villa Saïd, onde um professor Brown, conversando com o próprio Anatole-personagem, retomava os “percevejos que eram como este mahométane!” do Sancho do Quixote de Avellaneda. Já as pulgas de Bandeira, “quisera [ele, Bandeira,] que fossem feitas assim!”, não passadistas como o próprio sujeito de Anatole ou como aqueles versos jogados. Como a própria personagem de Anatole, de Avellaneda e o percevejo / a pulga de Bandeira surgem de um espaço insólito compõe a questão deste artigo, dando continuidade à iluminação de Sílvio Elia ao denominar Bandeira de “prosador maior”, dada a estranheza da(s) crônica(s) e sua mobilização nessas prosas do poeta e também em sua poesia. Finalmente, lemos o insólito não dado por estórias como devir, apesar da lamentação do Itinerário “Mas eu é que sei que não nasci com bossa para isso [para a prosa]. Bem que o tentei várias vezes.”


2020 ◽  
Vol 19 (31) ◽  
pp. 71-86
Author(s):  
Dennis Lauro Radünz

O procedimento de montagem do poema “Goya después de El Prado”, de Hebert Benítez, atualiza a Gravura # 43 de Francisco de Goya e, atravessado de heterocronia, incita a uma leitura do “princípio-atlas” (Georges Didi-Huberman) e da configuração do monstro como compossibilidade e mistura, desde a filosofia pré-socrática de Empédocles de Agrigento. A atribuição de valor, a causalidade, a periodização e, em especial, a heterocronia são substratos dessa cena de leitura que procura articular a gravura de 1799 e o poema de 1999 à noção de “desativação da autonomia” (Raúl Antelo) e, no percurso, encontra a heterocronia e a montagem da artista Leila Danziger, em sua exposição “Navio de emigrantes” (2018/2019).


2020 ◽  
Vol 19 (31) ◽  
pp. 3-4
Author(s):  
Boletim de Pesquisa NELIC

2020 ◽  
Vol 19 (31) ◽  
pp. 53-70
Author(s):  
Tiago Gouveia Faria
Keyword(s):  

A poesia de Manuel Bandeira, a mais musicada de sua geração, deu origem, de 1920 até os nossos dias, a mais de 140 canções. A maior parte dessa produção, entretanto, restringe-se ao universo da canção de câmara, um dado que suscita questões a respeito da musicalidade de seus versos e de seu respectivo potencial para o canto. Nessa linha de investigação, o presente artigo oferece uma comparação entre duas canções que tiveram por base o célebre poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, incluído no livro Libertinagem. Uma breve análise do poema de Bandeira e o confronto entre as versões de Guerra-Peixe e Gilberto Gil — levando em conta o modo como os dois artistas adaptaram os versos do poema à estrutura musical — têm por meta aprofundar o conceito de musicalidade na obra do escritor.


2020 ◽  
Vol 19 (31) ◽  
pp. 27-38
Author(s):  
André Fiorussi

Entre os Poemas traduzidos por Manuel Bandeira, publicados pela primeira vez em livro em 1945, há um conhecido poema modernista hispano-americano chamado “Noturno”, de autoria do poeta colombiano José Asunción Silva (1865-1896). Para ressoar os efeitos sonoros do poema em espanhol, Bandeira aplica em alta concentração aqueles recursos versificatórios cujo aprendizado ele próprio relata no início do Itinerário de Pasárgada: sinalefas, sinéreses e diéreses; alternância entre terminações agudas, graves e esdrúxulas; ecos, reverberações, paronomásias etc. Com base na análise da tradução, este artigo visa discutir também elementos rítmicos da poesia de Bandeira e sua relação com a dicção coloquial e a história do verso livre no Brasil.


2020 ◽  
Vol 19 (31) ◽  
pp. 5-26
Author(s):  
Carlos Schmidt Capela
Keyword(s):  

Duas breves prosas poéticas assinadas por Manuel Bandeira embasam a intervenção proposta: “Noturno da Rua da Lapa”, de Libertinagem (1930), e “O Desmemoriado de Vigário Geral”, de Estrela da Manhã (1936). Pensando com elas e a partir delas, mão dadas ao poeta almejo abordar a tensão polar entre um além e um aquém de sentidos. Ou, ainda, entre gestos poéticos e críticos de remissão e omissão.


2020 ◽  
Vol 19 (30) ◽  
pp. 100-115
Author(s):  
Fernando Crespim Zorrer da Silva

Discutir o ‘privado’ e o ‘público’ em uma tragédia grega demanda que se preocupe com diversas questões, como, por exemplo, a posição da mulher e a do homem na casa, a atuação masculina na pólis e até mesmo a presença dos  deuses nas relações humanas. A tragédia Hipólito de Eurípides nos proporciona um debate sobre os limites entre o ‘privado’ e o ‘público’, ressaltando como o homem e a mulher oscilam nesse caminho de conhecimento do mundo. Por peculiaridade de toda a cena dramática, a narrativa ocorre quando Teseu está ausente de casa sem que se saiba onde está e nem há o conhecimento se está vivo; é o momento da desintegração da sua família e consequentemente o limite do privado e do público das personagens se transforma.


2020 ◽  
Vol 19 (30) ◽  
pp. 87-99
Author(s):  
Ane Carolina Randig Tavares

Neste artigo, pretende-se discutir sobre a função temática e estética dos pasquins (bilhetes anônimos) presentes na composição da narrativa de La mala hora (1962), romance escrito por Gabriel García Márquez. Para isso, será realizada uma aproximação entre literatura e psicanálise, considerando as ideias apresentadas por Slavoj Zizek, no capítulo II, em seu livro Como ler Lacan (2010). Ao relacionar as reflexões de Zizek sobre o coro grego (artifício teatral) e o ciberespaço (artifício virtual) com os pasquins (artifício literário), tem-se o objetivo de averiguar o que esses meios – enquanto espaços de representação – têm em comum, para então compreender os efeitos de sentido dos pasquins na narrativa.


2020 ◽  
Vol 19 (30) ◽  
pp. 10-24
Author(s):  
Raúl Antelo

O capitalismo contemporâneo entendido como modernidade metropolitana marca uma virada nos escritos estéticos de Bandeira. Em algumas das crônicas dos anos 20, ele empreende uma pesquisa sobre a essência da tragédia cultural como jogo de contrastes entre os impulsos da verossimilhança apolínea e a verdade dionisíaca. Esse enfoque formal evoca os meios tecnológicos, bem como certas práticas vanguardistas vindas não apenas de Paris mas também da modernidade mexicana.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document