O artigo apresenta algumas das análises preliminares da etnografia produzida acerca da formação do acervo no Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia da Universidade Federal de Mato Grosso, de forma a repensar os museus e suas coleções. Para tal, faz-se uma reflexão antropológica analisando o processo de aglutinação dos bens culturais preservados neste espaço com vistas a compreender as formas pelas quais estes objetos foram musealizados e quais perspectivas orientaram estas práticas. Entendem-se aqui os arquivos e coleções de museus como campos etnográficos legítimos, levando em consideração seus contextos sociais e simbólicos, já que tais inventários são constituídos, alimentados e mantidos por pessoas, grupos sociais e instituições, resultados de procedimentos de construir e ordenar conhecimentos. Assim, compreender as relações entre agentes e objetos que atuaram neste espaço museológico e quais as ações que produziram a visibilidade ou invisibilidade acerca da diferença ou dos povos indígenas nele representados.