Com a imagem de uma escola rural de Itapetininga, interior do Estado de São Paulo, do início dos anos 1930, a obra, História e memória da educação rural no século XX , lançado em 2020, estampa a representação cultural da educação rural no país: a professora em uma casa improvisada para o estabelecimento de ensino das primeiras letras, com as salas multiseriadas e os alunos descalços. O livro resenhado reúne reflexões de um grupo de pesquisadores de distintos estados brasileiros que se ocuparam da formação e trabalho docente de professoras primárias rurais, no período compreendido entre 1930 a 1970, na perspectiva transversal, conectando o regional com o nacional, com as proposições da História Cultural e as abordagens da História e Educação Comparada. Rosa Fátima de Souza Chaloba, Macioniro Celeste Filho e Ilka Miglio de Mesquista foram os responsáveis pela organização da obra com resultados do projeto de pesquisa nacional “Formação e Trabalho de Professoras e Professores Rurais no Brasil: RS, PR, SP, MG, RJ, MS, MT, MA, PE, PI, SE, PB, RO (décadas de 40 a 70 do século XX)”. A pesquisa, coordenada por Rosa Fátima de Souza Chaloba, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) objetivou compreender no âmbito do nacional e regional a formação do magistério rural e o trabalho docente (recrutamento, salários, carreira, etc.) em meados do século XX. A equipe do projeto contou com 18 instituições de ensino superior do país, envolvendo pesquisadores de reconhecida liderança no campo de História da Educação. Na assessoria internacional, houve intensa participação de Oresta López Péres, professora-pesquisadora titular do El Colegio de San Luis (COLSAN), em San Luis Potosi, México, assinando o prólogo “Processos históricos de construcción de identidade y resistencia de la educación rural en Brasil durante el siglo XX”.