A dança das mulheres e o artesanato Terena como referência para uma Educação Ambiental Decolonial

Sipúterena é a dança das mulheres Terena. No passado, elas dançavam para dar boas-vindas aos guerreiros que chegavam da guerra. A dança das mulheres é carregada de significados, os costumes que antecedem a apresentação estão intimamente ligados à natureza. O objetivo neste artigo é mostrar o significado e a relação do artesanato e da dança Sipúterena com a natureza e como podem contribuir para a Educação Ambiental. Além das questões sociais, a dança nos proporcionou pensar e aprender mais sobre as questões ambientais e a utilização dos recursos. Suas práticas culturais e pedagógicas estão cheias de conceitos biológicos e ecológicos que podemos empregar na discussão de uma Educação Ambiental decolonial.

Abordagem expositiva das Ciências do Mar e da Educação Ambiental em um aquário de visitação

O Aquário Marinho do Rio de Janeiro (AquaRio) apresenta exposições a partir das quais são abordados aspectos sobre organismos e ecossistemas marinhos visando a conservação ambiental. O objetivo deste artigo consistiu em investigar os conhecimentos de Ciências do Mar e os sentidos de Educação Ambiental (EA) valorizados nas exposições permanentes (EP) e temporárias (ET) do AquaRio organizadas em 2019. Foi realizada uma análise temática qualiquantitativa das descrições de ambos os conjuntos de exposições disponibilizadas no portal eletrônico da instituição. Os resultados apontam a prevalência de conhecimentos de Ecologia e de Zoologia nas EP, enquanto as ET focalizam objetivos relacionados à EA e pautados na mudança comportamental dos visitantes visando a conservação. Esses dados são discutidos em termos de potencialidades e limites pedagógicos a partir do histórico dos aquários e das macrotendências da EA.

Cartografando uma Educação Ambiental Menor

O objetivo assumido nesta investigação foi o de colocar em evidência quais tecnologias/técnicas estão em jogo na experimentação de liberdades. Neste recorte, a escrita de si é enfatizada como tecnologia de si. Com base na materialidade discursiva presente nos escritos jornalísticos de Rodrigo Barchi, buscou-se cartografar uma educação ambiental menor, caracterizada pela proximidade com a micropolítica e a microfísica. Tal potência minoritária se constitui por narrativas não assimilacionistas que escapam de ecologias policialescas e normativas incitadas pela ecogovernamentalidade.

Nos rastros da ecopolítica:

Neste estudo problematizo ditos extraídos de matérias do Jornal Agora sobre o movimento SOS Cassino, autodenominado apartidário e sem fins lucrativos. Utilizo a problematização foucaultiana e a noção de rede como atitudes teórico-metodológicas de produção e análise dos dados. Como resultados, estão: 1) a emergência de um consenso em torno de uma solução ecosustentável ao problema do acúmulo da lama na beira da praia do Cassino; 2) uma preocupação com as futuras gerações como prática discursiva que legitima e sustenta o consenso em torno de uma resposta “ecopreconizada”. Assim, concebo os achados provenientes do material jornalístico local como rastros potentes de uma ecopolítica em voga na contemporaneidade, presentes nas práticas discursivas e nos acontecimentos políticos em torno do movimento SOS Cassino, no extremo sul do Brasil.

Índice de educação ambiental para avaliar as múltiplas dimensões socioambientais e de educação ambiental do Programa de Saneamento da Estrada Nova, Belém

O objetivo do artigo foi criar um índice para avaliar a influência da Educação Ambiental (EA), pelo Programa de Saneamento da Estrada Nova (PROMABEN), na vida dos moradores da Bacia Hidrográfica da Estrada Nova, em Belém, de 2006 a 2018. Os resultados foram obtidos, a partir da percepção da população local, por meio da aplicação de questionários semiestruturados. Para o processamento das informações, a Análise Fatorial Exploratória foi utilizada, gerando cinco fatores socioambientais, que explicaram a realidade da bacia e os efeitos da EA. A discussão foi quali-quantitativa, considerando a educação no processo de gestão ambiental. O Índice de Educação Ambiental revelou que o nível de desempenho da EA, pelo programa, foi “baixo” ou “muito baixo”, totalizando 68,47% de baixa significância e de eficiência na vida da população residente.

Formação de multiplicadores socioambientais:

Para formação de multiplicadores ambientais, partindo de práticas pedagógicas em Educação ambiental, foi desenvolvido na escola parceira localizada próxima ao estuário do rio Capibaribe e da comunidade ribeirinha, através de pré-diagnóstico com os estudantes, através de roda de diálogo sobre os saberes socioambientais, enfatizando os impactos e problemas ambientais gerados ao longo dos anos no estuário do Rio Capibaribe, uso de diferentes práticas pedagógicas, objetivando diagnosticar os principais problemas socioambientais presentes na comunidade ribeirinha para tomada de decisão junto aos atores da pesquisa, e descrevendo as práticas pedagógicas vivenciadas após o diagnóstico para consolidação da formação dos multiplicadores ambientais. Percebemos que as práticas pedagógicas em Educação Ambiental são excelentes ferramentas na formação de multiplicadores socioambientais, sensibilizando os estudantes a respeito dos impactos em regiões estuarinas.

Produções da máquina desejanteambiental na composição de currículos nômades

Este texto busca ressaltar uma educação ambiental decolonial como máquina desejante, que pode produzir subjetivações, promover agenciamentos e criar novas perspectivas de vida e de relações. Ao buscar pelas produções dessa máquina nas instituições de ensino, a pesquisa encontra possibilidades nos estudos em conexão com as comunidades-escolas-universidades (como uma rede indissociável). Assim, problematiza as potências que esses estudos podem promover nos currículos e em nossas pesquisas. Nas considerações, ressalta que as produções/pesquisas podem criar reexistências nas novas potências de agir, sentir, imaginar e pensar, sugerindo a invenção de currículos nômades, que se abrem aos agenciamentos ecocomunitários nas possíveis tentativas de recriar a capacidade de pensar e agir juntos.

A abordagem da Educação Ambiental na segunda e na terceira versão da Base Nacional Comum Curricular

O presente artigo tem como objetivo analisar a abordagem da Educação Ambiental na segunda e terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para os anos finais do Ensino Fundamental, especificamente na área de Ciências da Natureza. Para isso, realizamos uma análise documental e discutimos as diferentes abordagens da Educação Ambiental nas duas versões dos documentos. Esse estudo pretende destacar a relevância que essa temática possui, ao propiciar a formação de cidadãos críticos e participativos, além das crescentes demandas em relação à melhoria da qualidade de vida, ao consumo consciente e à preservação do meio ambiente. Porém, ao investigarmos a abordagem da Educação Ambiental na BNCC, percebemos certos reducionismos, tendo predomínio das questões voltadas às perspectivas ecológicas. Desse modo, observamos que não houve um avanço significativo para o fortalecimento da Educação Ambiental no currículo da disciplina escolar Ciências.

A Educação Ambiental no Documento Curricular Referencial do Ceará

O interesse em entender como a Educação Ambiental (EA) está presente no Documento Curricular Referencial do Ceará (DCRC), se deve ao fato de que esse documento é a base para a construção dos currículos escolares do Ceará. Assim, o objetivo desta pesquisa é: ‘Analisar como a EA está presente no DCRC’. Para isso, foi realizada a análise documental do DCRC a partir da busca das palavras-chave: ‘EA’ e ‘Ambiental’, conforme Behrend, Cousin e Galiazzi (2018). Concluiu-se que no DCRC há a presença da EA prioritariamente nas disciplinas de Ciências e Geografia e há uma abordagem naturalista e conservacionista da EA no documento, exceto nos temas integradores (transversais), que apresentam uma abordagem crítica.