A estabilidade da produção de quatro genótipos de algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) foi estudada pelo método de Eberhart & Russel em treze experimentos realizados em regiões produtoras do Estado de São Paulo e de Goiás, no ano agrícola de 1992/93. Em alguns, houve ocorrência de uma ou mais das seguintes adversidades: murcha de Fusarium (Fusarium oxysporum f. vasinfectum (Atk.) Snyder & Hansen); nematóides (Meloidogyne incognita, Pratylenchus brachyurus, Rotylenchulus reniformis e Helicotylenchus sp.); ramulose (Colletotrichum gossypii South var. cephalosporioides A.S. Costa) e vírus do mosaico. O melhor desempenho quanto à produtividade e à estabilidade foi apresentado por duas linhagens provenientes do programa de me-lhoramento para resistência múltipla a doenças e nematóides, realizado pelo IAC, vindo, a seguir, a variedade IAC 20. A 'Deltapine Acala 90' mostrou-se a menos estável, apresentando a menor produtividade média, o maior coeficiente de regressão linear (1,333), único estatisticamente diferente da unidade, e os maiores desvios da regressão. As maiores estabilidades e produtividades deveram-se à resistência múltipla aos patógenos e nematóides limitantes ao algodoeiro, presentes nos ambientes analisados. Pela comparação entre os genótipos de melhor e de pior comportamento, estimaram-se perdas na produção de cerca de 33% pela murcha de Fusarium e de 50% por nematóides. No conjunto de todos os ambientes, a redução da produção foi de 28%, com o uso do genótipo menos estável. Tendo em vista a diversidade e disseminação desses parasitas nas regiões consideradas, é posta em relevo a necessidade de resistência ou de tolerância múltipla a eles, nas variedades distribuídas para plantio.