Introdução: A pandemia da COVID-19 exigiu recursos e esforços de diversos profissionais de saúde para melhorar a assistência aos pacientes acometidos. A fisioterapia ganhou destaque na redução da progressão da doença em sintomas respiratórios e na manutenção da capacidade funcional e física. Objetivo: Apresentar um dos casos de assistência fisioterapêutica de um paciente com COVID-19, da internação na unidade de terapia intensiva (UTI) à reabilitação ambulatorial e os recursos utilizados, de forma a demonstrar o benefício da fisioterapia ao longo de todo o percurso do paciente até a alta. Relato do caso: Homem de 53 anos foi internado devido a piora clínica, queixa de dispneia em repouso associada a febre, tosse seca, agenesia e hipoxemia. Admitido à UTI com acometimento de 50% do parênquima pulmonar em tomografia computadorizada, recebeu oxigênio a 10 L/min, para atingir saturação periférica de oxigênio (SpO2) a 99% e relação de pressão parcial de oxigênio arterial (PaO2/FiO2) a 95. Durante nove dias de internação, recebeu atendimento de fisioterapia quatro vezes ao dia, com recursos de ventilação não invasiva, prona ativa, sedestação, deambulação precoce e recursos de aumento de demanda física ajustada progressivamente de acordo com a avaliação e objetivo terapêutico. Na alta hospitalar, com remissão dos sintomas importantes, sem oxigênio e SpO2 a 96%, PaO2/FiO2 a 302, foi encaminhado para reabilitação cardiopulmonar e, após 38 sessões, recuperou a capacidade funcional e recebeu alta do serviço com teste de caminhada de seis minutos com valores adequados para a idade e sexo. Conclusão: Neste caso de COVID19, os objetivos terapêuticos da fisioterapia foram alcançados desde a internação até a reabilitação, com utilização de recursos conhecidos pela especialidade e priorizando os cuidados contínuos e a personalização da terapia. Palavras chave: COVID-19, Modalidades de fisioterapia, Ventilação não invasiva, decúbito ventral, Deambulação precoce
ABSTRACT
Introduction: The COVID-19 pandemic required resources and efforts from health professionals to improve care for affected patients. Physical therapy has gained prominence in reducing the progression of the disease in respiratory symptoms and in maintaining functional and physical capacity. Objective: To report one of the cases of physiotherapy care of a patient with COVID-19, from admission to the intensive care unit (ICU) to outpatient rehabilitation and the resources used, in order to demonstrate the benefit of physiotherapy throughout the course of the patient until discharge. Case report: A 53 -year-old man was admitted due to clinical worsening, complaint of dyspnea at rest associated with fever, dry cough, agenesis and hypoxemia. Admitted to ICU with 50% involvement of the lung parenchyma on computed tomography, he received oxygen at 10 L/min to achieve peripheral oxygen saturation (SpO2) at 99% and arterial oxygen partial pressure ratio (PaO2/FiO2) at 95. During nine days of hospitalization, he received physiotherapy care four times a day, with non-invasive ventilation, prone position, sitting, early ambulation and resources for increasing physical demand, progressively adjusted according to the assessment and therapeutic objective. At hospital discharge, with remission of important symptoms, without oxygen and SpO2 96%, PaO2/FiO2 to 302, he was referred for cardiopulmonary rehabilitation and, after 38 sessions, he recovered functional capacity and was discharged from the service with a six-walk test minutes with appropriate values for age and sex. Conclusion: In this case of COVID19, the therapeutic objectives of physiotherapy were achieved from hospitalization to rehabilitation, using resources known by the specialty and prioritizing continuous care and personalized therapy.Keywords: COVID-19, Physical therapy modalities, Noninvasive ventilation, Prone position, Early ambulation