Os pais desempenham papel fundamental na instalação e manutenção dos hábitos alimentares das crianças, sendo responsáveis desde a compra até a oferta dos alimentos, contexto dentro do qual estão inseridas as práticas alimentares parentais. Utilizadas com maior frequência em crianças pré-escolares, estratégias como a pressão para comer e alimentos como recompensa podem contribuir para o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade infantil. Diante disso, têm sido desenvolvidos diferentes programas de intervenção para modificar tal situação. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de intervenções focadas nas práticas alimentares parentais sobre o comportamento alimentar e o status de peso de pré-escolares. Foi realizada uma busca, entre março e maio de 2020, nas bases de dados Scielo, PubMed e Lilacs, utilizando o termo “parental feeding practices”. O total de artigos encontrados foi filtrado por ano de publicação (2016-2020), tipo de estudo, forma de acesso gratuita e faixa etária do público estudado, e posteriormente foram lidos os títulos, resumos e o texto completo dos estudos para finalizar a seleção. Ainda foram adicionados estudos de outras bases de dados, cujos anos foram anteriores ao intervalo considerado na pesquisa. A maioria das publicações encontradas mostraram redução no uso de práticas alimentares parentais inadequadas; redução no consumo de alimentos não saudáveis e aumento da ingestão de alimentos saudáveis no grupo intervenção; mas não mostraram mudanças significativas no IMC/Idade em qualquer grupo, nem diferenças significativas entre os grupos para os parâmetros referidos após as intervenções. As intervenções focadas nas práticas alimentares parentais podem reduzir o uso de estratégias inadequadas pelos pais e melhorar o comportamento alimentar de crianças pré-escolares, mas não foram capazes de provocar mudanças significativas no status de peso deste público, o que mostra a necessidade de realização de mais estudos para observar efeitos neste parâmetro a longo prazo.