Estudos de Religião
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Published By Instituto Metodista De Ensino Superior

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2021 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 37-57
Author(s):  
José Adriano Filho

A historicidade de compreensão das Escrituras e de seus leitores, uma proposição básica da teoria da recepção bíblica, significa que um agente tem que tornar o significado do texto concreto. Como nossa pertença à história não nos permite pensar num conhecimento imparcial garantido pela aplicação de um método e nossa localização numa situação histórica específica possibilita a abertura aos legados culturais que nos precedem, a história da recepção de um texto bíblico deve ser considerada como um relato das instâncias históricas concretas da sua apropriação e impacto no mundo da vida dos seus leitores. A teoria da recepção bíblica deve ser considerada como um relato das instâncias históricas concretas da sua apropriação e impacto no mundo da vida dos seus leitores. Ela privilegia as condições de leitura do texto pelos seus leitores e leitoras, não a reconstrução de como a obra foi produzida, isto é, não procura determinar o significado original do texto pretendido pelo autor, mas demonstrar como o seu significado se desdobra historicamente.


2021 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 161-180
Author(s):  
Douglas Rodrigues da Conceição

Perguntando pelo estatuto da “religião” quando sua transparência se torna inequívoca na tessitura dos textos literários, este ensaio pretende ser uma contribuição ao campo de estudos que toma as relações entre religião e literatura como sua principal tarefa. Seguindo algumas provocações de Susan Sontag (2020) e após evocar, principalmente, o pensamento de Gérard Genette (2010), propomos, mesmo que de modo provisório e operacional, a noção de participação estética da religião como material artístico-literário. Com a finalidade de oferecer ilustrações acerca dessa possível função realizada pela “religião” quando presente nas criações literárias, empregamos três escritos de Woody Allen reunidos sob o título The Scrolls, que estão coligidos em Without Feathers (1975). Tais ilustrações são apresentadas com aportes teóricos provenientes de Gérard Genette (1982) e Dominique Maingueneau (2009).


2021 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 139-160
Author(s):  
Aurélio Fabrício Torres de Melo ◽  
Breno Martins Campos
Keyword(s):  

Este artigo reconhece que a linguagem do cinema é apropriada para a expressão da religião, bem como para fundamentar discussões a respeito dela. De modo geral, quanto à religião, apresentamos uma reflexão sobre o silêncio de Deus em contextos nos quais a morte gera angústia no ser humano. No cinema, de modo particular, escolhemos o filme Luz de inverno como nosso objeto de estudo. Na primeira subseção, oferecemos uma breve descrição conceitual e cronológica da morte no Ocidente, e uma brevíssima história do cinema (com a intenção de inserir Luz de inverno numa cena mais ampla); na segunda, fazemos uma análise fílmica, com o propósito de entender o que a narrativa tem a dizer. Como resultado, deparamo-nos com um roteiro em que todas as personagens experimentam um momento de angústia existencial profunda, uma crise de fé em face do silêncio de Deus, de modo que a vida se compara a um vale de morte e lágrimas. O surpreendente – eis nossa hipótese – é que o silêncio de Deus é quebrado não no púlpito nem no altar, mas, antes, a voz divina se faz ecoar dentro da sacristia.


2021 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 5-8
Author(s):  
Paulo Augusto De Souza Nogueira ◽  
Douglas Rodrigues da Conceição
Keyword(s):  

A Teologia e as Ciências da Religião possuem uma origem comum na história do mundo acadêmico; compartilham caminhos semelhantes e contém, no interior de suas reflexões, um mesmo objeto de reflexão, a saber, o fenômeno sagrado. Ainda assim, a Teologia e as Ciências da Religião se diferem metodologicamente: enquanto disciplinas do conhecimento humano, a Teologia parte do pressuposto da atitude de fé, enquanto a Ciências da Religião, de modo geral, parte do pressuposto da consciência da fé. Mesmo que para a Área 44 de avaliação da CAPES ambas se inserem num mesmo espaço didático, faz-se importante notar a identidade e especificidade de cada área, sobretudo na própria Ciências da Religião, cujas discussões remontam as contribuições mais antigas de, sobretudo, Chantepie De La Saussaye e Max Müller, no século XIX, bem como as mais variadas vertentes, como a história da religião, a fenomenologia da religião e os estudos dos textos sagrados revisitados pela fortuna crítica da literatura. Com isso, o dossiê Epistemologia das Linguagens da Religião apresenta, a despeito do debate entre Teologia e Ciências da Religião continuar ativo, uma série de trabalhos com a intenção de reler autores e métodos, contemplando a especificidade da Ciências da Religião que lida com a linguagem e as ideias envolvidas nas diferentes expressões do ser.


2021 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 1-4
Author(s):  
Vitor Chaves De Souza ◽  
Marcio Cappelli Aló Lopes

2021 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 221-249
Author(s):  
Tiago De Fraga Gomes ◽  
Darlan Paulo Lorenzetti

O presente artigo aborda o pensamento eclesiológico de Agostinho de Hipona, sobretudo, nos escritos antidonatistas, mediante três seções: o donatismo como fenômeno histórico, seu contexto epocal, as razões de sua gênese enquanto acontecimento e suas linhas teológico-doutrinais; as formulações por meio das quais Agostinho discutiu a inconsistência teórica da tese cismática donatista da Ecclesia Martyrum, propondo o paradigma inclusivo da permixta Ecclesia como uma espécie de eclesiologia de comunhão que permite que santos e pecadores convivam na mesma Igreja; por fim, tomando o ideal de comunhão como pressuposto basilar, se adentra no núcleo duro da reflexão agostiniana quanto à Igreja, Corpo de Cristo.


2021 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 406-410
Author(s):  
Henrique Mata de Vasconcelos
Keyword(s):  

Resenha do livro: WRIGHT, N. T. Deus e a pandemia: uma resposta cristã sobre o coronavírus e suas consequências. Trad. Elissamai Bauleo. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2020. 144p. 11x15 cm. ISBN 978-65-56890-48-7.


2021 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 9-35
Author(s):  
Etienne Alfred Higuet

O presente artigo pretende mostrar como a teoria semiótica da interpretação de textos nos permite acessar à leitura de textos religiosos visuais e ao conhecimento que eles contêm e pretendem transmitir. A semiologia das imagens estuda as imagens como textos ou discursos e, no caso das imagens religiosas, como textos que remetem a outro texto, isto é, à religião como sistema de comunicação e elaboração de mensagens. Em consequência, as teorias da enunciação elaboradas em função dos textos linguísticos devem poder ser transpostas para a semiótica visual. Podemos encontrar nas imagens um correspondente analógico da enunciação linguística: a enunciação visual. Serão analisadas as modalidades pessoal, temporal e espacial da enunciação enunciada, com exemplos tirados da pintura religiosa ocidental.


2021 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 181-219
Author(s):  
Giovanni Felipe Catenaci ◽  
Paulo Augusto De Souza Nogueira

Este artigo tem por objetivo sustentar a plausibilidade da seguinte hipótese: as imagens religiosas presentes no cinema de Sergei Eisenstein são elementos poderosos no sentido de nos fazer pensar e agir diferente. Para tanto, nossos esforços concentrar-se-ão em dois sentidos principais. Em um primeiro momento vamos a busca de fundamentar teoricamente a apropriação de Gilles Deleuze em relação a epistemologia de Henri Bergson. Com isso, importa-nos pavimentar a compreensão dos principais conceitos deleuzeanos, presentes em Cinema I – A imagem-movimento (1983), e em parte Cinema II- A imagem-tempo (1985). Ainda neste primeiro momento, passaremos às análises realizadas por Deleuze sobre o cinema de Eisenstein. Aqui, nosso foco específico é apresentar em linhas gerais, o que o filósofo francês entende por montagem soviética. Desta feita, passaremos a apresentação dos aspectos da reflexão de Eisenstein sobre o cinema e sua relação com as estruturas arcaicas de pensamento, e como isso se alinha ao seu desejo de provocar nos espectadores afetos e disposições desconhecidas. Finalmente, com vistas a reforçar nossa hipótese, investiremos atenção na análise de três filmes A greve (1925), Encouraçado Potemkin (1925), e Que viva México! (1979).  


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