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Published By Portal De Periodicos Da UFC

2358-4793, 0101-8051

2020 ◽  
Vol 2 (39) ◽  
Author(s):  
Violeta Virginia Rodrigues ◽  
Adriana Cristina Lopes Gonçalves Mallmann

Entendemos por desgarramento o fenômeno pelo qual uma cláusula, que constitui uma unidade informacional, pode ocorrer solta sintaticamente de outra e, mesmo assim, apresentar um comportamento funcional-discursivo. No que tange especificamente às completivas desgarradas, além do caso apontado por Decat (1993, 2011), Silvestre e Rodrigues (2017) defendem que estas, mesmo não estando em sequenciação parafrástica, reiterando ou repetindo estruturas sintáticas que ocorreram antes na cadeia discursiva, podem se desgarrar. Nesse sentido, as autoras apresentam uma ampliação da descrição proposta por Decat (1993; 2011). Neste artigo, portanto, com o objetivo de reforçar a proposta de Silvestre e Rodrigues (2017), mostramos a análise prosódica de três cláusulas completivas desgarradas e três cláusulas completivas não desgarradas, adaptadas de um corpus constituído por postagens da rede social Facebook, a fim de identificar o movimento melódico nestas cláusulas. Para tanto, conjugamos os pressupostos teóricos funcionalistas à análise da fonética acústica. Palavras-chave: Funcionalismo, desgarramento, completivas.


2020 ◽  
Vol 2 (39) ◽  
Author(s):  
Thiago Gil Lessa Alves

O presente artigo visa a apresentar uma proposta teórica para a análise dos tempos verbais dentro da perspectiva dos mundos discursivos e dos tipos de discurso, como postulados por Bronckart (2003). O trabalho fundamenta-se na consideração de que os tempos verbais se estruturam nas línguas naturais, primeira e principalmente, como um dos mecanismos que atualizam e marcam os diferentes mundos discursivos a partir dos quais os participantes de uma interação verbal produzem seus textos, e não como um recurso prioritário de expressão do tempo cronológico, como geralmente são considerados. Metodologicamente, a proposta é construída a partir de uma discussão teórica da perspectiva de interpretação temporal das línguas naturais de Reichenbach (1947), que estabelece a existência de três pontos teóricos na linha do tempo; da simulação formal dos modos de expressão do tempo em português de Corôa (1985); e, também, dos parâmetros de referência dos mundos discursivos apresentados por Bronckart (2003). A conclusão a que se chega é a de que os tempos verbais podem ser analisados e definidos, dentro de cada mundo discursivo, com base em quatro parâmetros: a) processo, b) eixo de referência temporal global, c) fase atual do processo de textualização e d) eixo de referência temporal local.   Palavras-chave: tempos verbais; mundos discursivos; tipos de discurso.


2020 ◽  
Vol 2 (39) ◽  
Author(s):  
Daniely Moreira Coelho da Silva ◽  
Maria do Socorro Silva de Aragão ◽  
Maria Silvana Militão de Alencar

Diante de um mundo tão globalizado, que exige novos padrões de comportamento, em situações diversas de comunicação e de uso da linguagem, propor uma educação, especificamente, no ensino de literatura comprometida com a prática de letramento literário nas aulas de Língua Portuguesa, entrelaçando-a à luz da pedagogia dos multiletramentos, é um dos grandes desafios do professor do Ensino Fundamental, anos finais. Com isso, o presente artigo tem como objetivo promover o letramento literário na perspectiva da pedagogia dos multiletramentos, buscando destacar as semioses na constituição de sentido do texto. Adotamos como metodologia a pesquisa-ação com abordagem qualitativa. Como sugestões de atividades, utilizamos a sequência básica e o diário de leituras. Para embasamento teórico, apropriamo-nos das concepções de Cosson (2018a, 2018b), Machado (2005), Buzzo (2003), Rojo e Moura (2012), Kress e Van Leeuwen (1996, 2006), dentre outros autores. Este trabalho foi aplicado em uma turma do Ensino Fundamental, anos finais, em sala de aula de 7º ano, na Rede Pública de Ensino de Fortaleza. No processo de leitura literária, o recurso semiótico potencializou a ressignificação do texto literário por parte do leitor.   Palavras-chave: Ensino da Literatura. Letramento literário. Multiletramentos.


2020 ◽  
Vol 2 (39) ◽  
Author(s):  
Mônica Magalhães Cavalcante ◽  
Mayara Arruda Martins

Neste trabalho, com o objetivo de examinar as relações entre a dêixis e as estratégias metadiscursivas de posicionamento e de engajamento que ela desempenha nos textos, pretendemos analisar os efeitos de sentido criados a partir da relação dêixis-metadiscursividade, considerando, principalmente, a condição enunciativa própria da dêixis. Quanto à dêixis, valemo-nos de autores como Bühler (1982[1934]), Benveniste (1988[1976]), Cavalcante (2000) e Ciulla (2002, 2008). Para esses autores, os dêiticos constituiriam elementos que indicariam o ponto de origem do locutor, a origo da situação enunciativa, a partir do qual a interação se dá. Sobre o metadiscurso, valemo-nos principalmente de Hyland (2005a, 2005b), em que temos a divisão entre o metadiscurso textual e o interacional, quer as marcas se refiram a porções mais cotextuais, quer se refiram a relações entre os interlocutores. Além disso, o autor apresenta diversos subníveis de posicionamento e de engajamento. Neste artigo, por um recorte metodológico, nos deteremos especificamente às marcas de automenção e aos pronomes de referência ao leitor, subtipos de posicionamento e engajamento, respectivamente, visto que se constituem a partir de marcas essencialmente dêiticas, como pronomes pessoais e pronomes possessivos. Demonstraremos tais marcas em piadas disponíveis no site “piadasnet.com”. Não escolhemos o texto por um critério temático ou de gênero, mas pelas ocorrências das formas dêiticas. Não atentamos para a quantidade de ocorrências ou casos, mas sim, aos efeitos de sentido que a relação dêixis-metadiscursividade pode exercer no texto para análise. Estamos pressupondo que o uso de formas dêiticas pode constituir diferentes marcas de metadiscursividade e, por essa razão, colabora para o direcionamento argumentativo que o locutor pretende dar ao texto, uma vez que as marcas de automenção e os pronomes de referência ao leitor são formados essencialmente por dêiticos pessoais e que, ao mesmo tempo, o uso desses dêiticos evidencia um caráter metadiscursivo na interação entre os interlocutores, que tanto se marcam quanto evocam seus interlocutores nas situações enunciativas. Cremos ainda que os tipos de dêixis podem ser utilizados como estratégias metadiscursivas e que, nesses usos, essas formas dêiticas colaboram para reforçar posicionamentos e para tentar influenciar o outro. Palavras-chave: Dêixis. Metadiscursividade. Efeitos de sentido.


2020 ◽  
Vol 2 (39) ◽  
Author(s):  
Fábio Júlio de Paula Borges ◽  
José Elias Pinheiro Neto

O objetivo deste trabalho é o de discutir a relação que a linguagem, pelo viés psicanalista freudiano, contribui na formação de subjetividades culturais e na compreensão dos casos de necrofilia praticados por Leopoldo, personagem protagonista do romance Os cordeiros do abismo, bem como as suas consequências psíquicas. Trata-se de uma revisão bibliográfica, e para isso, recorre-se ao seguinte corpus teórico: Freud (2019), Moscatello (2010), Lopes (2017), Hall (2006), Costa (1992), Laraia (2004) Iser (1983) e Aristóteles (2001). Verdadeira ou fantasiada, a necrofilia em Leopoldo evidencia mais do que uma patologia, esboça em seus delírios toda uma desestrutura familiar que teria influenciado os seus comportamentos sádicos. Na caminhada final de Leopoldo, existem avaliações internas e externas a serem feitas, pontos de interrogação que permanecem sobre o fardo da vida. A cruz como símbolo de tudo aquilo que não se quer carregar, daquilo que se quer negar para transcender a um lugar maior, talvez seja o treinamento para a elevação da consciência na purificação dos erros cometidos. Leopoldo e as demais personagens se fizeram humanos na medida em que serviram à encenação narrativa deixando à mostra ao leitor, todos os seus crimes e perversões.   PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Romance; Cultura; Necrofilia


2020 ◽  
Vol 2 (39) ◽  
Author(s):  
Alvina Lucia Guilherme ◽  
Alexandra Santos Pinheiro
Keyword(s):  

Neste artigo, analisamos o romance Bel Canto 2005 [2001], de Ann Patchett, buscando compreender o processo de ficcionalização de um acontecimento histórico. Ao analisarmos historicamente os fatos, foi-nos possível vislumbrar os mecanismos artísticos que auxilaram sobremaneira para a criação da ficcionalização da invasão da embaixada japonesa no Peru. A metodologia utilizada para desenvolver a pesquisa tem cunho bibliográfico. Bastos (2007), Certeau (1992), Compagnon (2003), Esteves (1998), Lima (2006), Silva (2012), Trouche (2006) dentre outros, são alguns dos teóricos e estudiosos que orientaram a análise. Ao final, verificamos que ao ficcionalizar o sequestro na embaixada japonesa no Peru, Ann Patchett propõe uma trama em que sobressai a partilha de identidades múltiplas no contexto latino-americano. Palavras-chave: Bel Canto, Literatura, Peru.


2020 ◽  
Vol 2 (39) ◽  
Author(s):  
Raquel Maria da Silva Costa Furtado ◽  
Natane Gaia da Silva Lemos

O presente trabalho trata sobre o fenômeno de alteamento vocálico da média alta posterior /o/ em posição pretônica no português falado na zona rural do município de Baião-PA. Objetiva analisar o papel de fatores linguísticos e sociais (sexo, faixa etária e escolaridade) na motivação do comportamento variável de /o/ ~ [u]. O corpus da pesquisa envolve uma amostra de 12 participantes, estratificados por: faixa etária (de 15 a 25 anos, 25 a 45 anos, e acima de 46 anos); sexo (masculino e feminino); e escolaridade (Ensino Fundamental e Superior). Dos 12 falantes obtivemos um total de 400 dados de fala, os quais foram tratados no Goldvarb X, e analisados de acordo com os pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (Weinreich; Labov; Herzog, 2006). Os resultados apontaram o alteamento de /o/ como variante de menor ocorrência na fala dos baionenses, com baixa frequência de uso, 33% e peso relativo 0.32, e a manutenção de /o/ como [o] como variante de maior ocorrência, 67% de ocorrência e 0.63 de peso relativo. Observou-se, então, que /o/ pretônico tem mais probabilidade de altear para [u] quando: a) diante de uma vogal alta imediata /i, u/, com de peso relativo 0.92; b) precedido de consoantes bilabial, 0.64; c) em palavras com sufixo sem vogal alta, peso relativo de 0.51; d) em vocábulos pertencentes a classe dos nomes 0.56; e e) precedendo imediatamente sílabas tônicas (distância 1), peso relativo de 0.61. Em relação aos traços sociais dos falantes, o fenômeno de alteamento apresentou maior recursividade na fala dos homens, com 0.58 de peso relativo; falantes com Ensino Fundamental, 0.68, e com mais de 46 anos de idade, 0.63 de peso relativo. Concluiu-se, então, que a variação linguística /o/ ~ [u], embora seja frequente e estratificada, não é a variante de maior ocorrência na fala dos moradores da zona rural de Baião.   Palavras-chave: Vogal média pretônica. Variação linguística. Alteamento vocálico.


2020 ◽  
Vol 2 (39) ◽  
Author(s):  
Rafael Victor Rosa Oliveira ◽  
Felipe dos Santos Matias
Keyword(s):  

O presente artigo tem por objetivo estabelecer um estudo comparativo entre os romances Zama (1956), do escritor argentino Antonio Di Benedetto (1922-1986), e O Rastro do Jaguar (2009), do escritor brasileiro Murilo Carvalho (1948), a partir do pensamento teórico-crítico de Mikhail Bakhtin (1895-1975), analisando a polifonia e a representatividade possibilitada pelas distintas vozes presentes em ambos os textos literários. Procura-se também, a partir de uma ótica dialógica, falar sobre a importância do resgate feito pelas obras selecionadas como corpus em relação aos povos originários, sufocados ao longo do tempo pela literatura canônica ocidental e pela historiografia oficial. Isso oferece uma visão alternativa sobre a participação dos indígenas na construção de identidades nacionais culturalmente distintas. Por fim, abordam-se alguns questionamentos sobre a fragmentação da identidade coletiva no âmbito do continente americano, fruto do embate discursivo, político e ideológico de enunciação entre dois mundos distintos: o universo do colonizador e do colonizado. Palavras-chave: Polifonia; Zama; O Rastro do Jaguar.


2020 ◽  
Vol 2 (39) ◽  
Author(s):  
Cláudia Sales de Oliveira ◽  
Denilson P. de Matos

Este trabalho tem por objetivo analisar os usos da forma ESSA e variações, buscando identificar seus usos não prototípicos. A lógica do uso prototípico desta forma compreende os seguintes atributos: a) a relação adjetiva com o substantivo ou estrutura que acompanha; b) a posição próxima a seu núcleo substantivo, com função de adjunto adnominal; c) as relações sintático-semânticas dentro da sentença em que se insere, contribuindo para melhor percepção do sentido das estruturas substantivas com as quais se relaciona; e d) a iniciação, direcionamento, com forte apelo ao status locativo. Esta pesquisa se baseia nos pressupostos teóricos da perspectiva da Linguística Funcional Clássica (doravante LFC), representada por Givón (1984), Hopper & Thompson (1980). O distanciamento do núcleo e o estabelecimento de relações mais fóricas, para além dos limites da frase, dão espaço a outras regularidades de uso mais semânticas e pragmáticas. Desta forma, perguntamos: que possiblidades funcionais menos sintáticas, mais semânticas e discursivo-pragmáticas há nos usos da forma ESSA? Como se dá a gradiência desses usos na escala de prototipicidade dentro da estrutura linguística, em função de contextos específicos? Para responder a tais questões, baseados nos princípios de iconicidade e prototipicidade da LFC, procedemos à análise dos usos regulares da forma ESSA, a partir de registros de fala, coletados no corpus D&G/Natal (1998), no corpus VALPB (Hora, 1993), C-Oral Brasil (2012) e comentários em mídias sociais (blogs, redes sociais), que evidenciem situações comunicativas reais de uso da língua. De acordo com os resultados, verificamos que, quanto mais distante o ESSA se mantiver do substantivo ou estrutura com a qual se relaciona, menos prototípico será. Como consequência, o uso do ESSA tende a ser menos sintático, mais semântico e mais discursivo; e, portanto, mais pragmático. Assim, o uso mais prototípico, mais à esquerda na escala, tende a ser mais sintático e o menos prototípico, mais à direita na escala, tende a ser mais discursivo.   Palavras-chave: Demonstrativo ESSA, Linguística Funcional Clássica, prototipicidade.


2020 ◽  
Vol 1 (39) ◽  
Author(s):  
Brou Angoran Anasthasie ◽  
Yéo N’gana

Conhecer a si próprio e o desenvolvimento pessoal têm se tornado temáticas, cada vez mais, presentes entre os marfinenses que, por sua vez, vêm dando ao escritor brasileiro Paulo Coelho um lugar de destaque. Nesta investigação, tentamos conduzir um trabalho de campo junto a quatro livrarias, a saber: a Librairie de France-Plateau, a ex-Leader Price, a FNAC-a Cap Nord e a Carrefour Siloe, cujo intuito é inquirir o que, deste autor, vem sendo consumido nestes espaços. Nos importa é compreender o percurso dessas obras que, cabe lembrar, são escritas em língua portuguesa e nos chegam através de editores franceses. Em resumo, tecemos reflexões sobre o que consideramos ser uma mediação da mediação nos Estudos da Tradução. Concluímos que embora o interesse pelos livros do Paulo continue crescendo, não traz, por enquanto, luz nenhuma sobre o setor da tradução na Costa do Marfim. O que, consequentemente, outorga à sua recepção um caráter de incompletude. Palavras-chaves: Paulo Coelho. Internacionalização. Tradução e recepção.


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