Luiz Custódio Moreira Junior
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Thaise de Abreu Brasileiro Sarmento
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Renata Braga Rolim Vieira
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Aracele Gongalves Vieira
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Rodrigo Rufino Pereira Silva
Introdução: O Chikungunya Vírus (CHIKV) é um dos arbovírus transmitidos pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus que tem sido registrado no continente americano desde julho de 2014. A apresentação clínica dessa patologia é diferente quanto à intensidade dos sintomas em relação aos grupos etários: neonatos, crianças, adultos e idosos. Tendo em vista a dificuldade de se diagnosticar precocemente pacientes recém-nascidos (RN) e devido à sua alta morbidade, torna-se uma importante patologia a ser estudada em termos de saúde pública. Objetivo: Compreender os principais achados clínicos/epidemiológicos de casos suspeitos de Chikungunya viral dentre o grupo dos pacientes neonatais. Método: A pesquisa consta de uma revisão integrativa da literatura. Foram utilizadas as bases de dados da Biblioteca Nacional em Saúde (BVS), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências Sociais e da Saúde (LILACS) e National Library of Medicine (PUB-MED) e dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS) “Chikungunya Virus”, “Infant, Newborn” e “Diagnosis” e suas combinações nos idiomas português, espanhol e inglês e, publicados no período de 2014 a 2018. Resultados: Foram encontrados um total de 127 artigos. Ao utilizar os filtros associados aos critérios de inclusão do trabalho, foram excluídos 57 artigos. Dos 70 artigos elegíveis, 19 foram excluídos após a leitura dos títulos e 32 após a leitura dos resumos. Além disso, foram encontrados dois estudos por meio da busca nos temas referentes e um artigo por meio de busca manual. Três artigos foram excluídos por se encontrarem em duplicata. Ao final 19 artigos foram incluídos na presente revisão bibliográfica. As infecções pelo CHIKV cursam com um quadro mais grave em lactentes e idosos, e menos grave em crianças e adultos. Os estudos sugerem que a sintomatologia em neonatos é inespecífica para um diagnóstico preciso, tais como febre alta, irritabilidade, inapetência, vômitos, artalgia, edema articular, rigidez cervical, exantema maculopapular não pruriginoso, bolhas e vesículas e cianose de extremidades. A presença da hiperpigmentação leva a uma forte suspeição do diagnóstico da CHIKV. Foi evidenciado, também, que a transmissão vertical perinatal foi principal forma de contágio em neonatos que não foram picados pelos vetores. Porém, o diagnóstico de CHIKV, nesse grupo, também é baseado em aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Conclusão: Assim, conclui-se que um dos principais métodos utilizados para diagnóstico, a partir dos aspectos clínicos, está em uma anamnese materna detalhada e um estudo específico sobre a epidemiologia local para o vírus. Espera-se, assim, que os resultados obtidos permitam aos profissionais médicos compreenderem a importância de se diagnosticar uma Chikungunya viral em um paciente neonatal, tendo em vista a complexidade que existe para que se chegue a esse raciocínio e que, dessa forma, uma conduta individualizada possa ser realizada.
Palavras chave: Arbovirose; Chikungunya viral; Diagnóstico; Neonatos.